segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Assimilando a experiência.

Infelizmente hoje chega ao fim a série de posts sobre a experiência estudando fora. Durante os últimos dias refleti um pouco sobre o que aconteceu, o que vivi, o que aprendi.
Sem dúvida nenhuma foi um tempo muito fértil de aprendizado, de diversas formas, em diversas etapas e isso talvez se aplique a várias mudanças bruscas em nossa vida. 

A primeira etapa foi o vislumbre. Você chega lá, tudo é novo, é diferente, o meio de transporte, o mercado, o clima, as roupas que as pessoas vestem e o jeito delas serem. Posso comparar essa etapa ao estar apaixonado por alguém. Praticamente tudo é maravilhoso. Isso acontece principalmente no primeiro mês.

A segunda etapa foi a saudade. Depois de passar um pouco a euforia de morar fora do país, começa a aparecer a vontade de levar a vida como era antes, perto dos amigos, da família, falando em seu idioma nativo, comer sua comida tradicional preferida. Parece normal nessa etapa ficar um pouco desanimado e comparando criticamente as coisas até chegar a terceira etapa.

A terceira etapa foi a estabilidade. Foi-se a euforia, foi-se a saudade em seu momento mais crítico, agora chega a estabilidade. Você já se acostumou com a rotina, com parte da cultura, com falar em outro idioma, já achou meios de se sentir um pocuo mais em casa, como por exemplo, indo em lugares com produtos brasileiros. Essa etapa é a de seguir em frente, viver uma vida nova. Talvez posso comparar ela com a maturidade. Mesmo que você não se sinta um nativo daquele lugar, já não se sente tão estranho. 
Uma das coisas que me impactou foi a fala de um brasileiro que está há 20 anos em Amsterdam. Quando ele me disse o tempo que estava lá eu brinquei dizendo "Já é praticamente um holandês então". E ele me respondeu "Ninguém vira holandês. Ninguém vira brasileiro". Em um primeiro momento pareceu um pouco rude, mas depois parei para pensar que realmente faz muito sentido. Não tem como se tornar alguém anulando totalmente sua origem. Sempre carregaremos conosco o lugar de onde viemos, mesmo que estejamos ambientalizados com o lugar atual.

Enfim, tudo está bastante fresco ainda e talvez eu consiga assimilar mais coisas com o passar do tempo. Mas depois da primeira semana no Brasil, essas foram algumas percepções que tive.
Encerro aqui uma sessão desse blog. Em parte triste porque os três meses passaram muito rápido, mas bastante entusiasmado com os desafios que estão pela frente.

Obrigado por ler até aqui e espero te ver no próximo post!