Estive meio ausente nessas duas últimas semanas e por alguns instantes achei que não escreveria mais. Achei que aconteceria igual ao meu antigo blog, uma hora as postagens simplesmente cessariam. Comecei a me questionar, "será que parei de pensar na vida?", "será que estou voltando a ser quem era?", "será que pensar mais profundamente realmente faz parte de mim ou era somente um momento da vida?".
Então hoje percebi que não sou mais quem fui. Muita coisa mudou e não escrever por um período não significa que voltei atrás em quem sou. Mas de qual mudança estou falando? Quase que óbvio que não é da mudança física, de aparência, mas sim da parte invisível, que envolve quem sou, o que aprendo e aprendi. Porém "curiosamente" para falar um pouco disso, lembrei de algo que envolve a mudança nos aspecto físico. Uma vez ouvi um professor dizer que a tese da homeostase (a constância estudada na biologia e falada quando estudamos o corpo humano) não existe. Porque a todo o tempo o corpo sofre alguma alteração, em cada batimento, em cada respiração, o corpo já está deixando a homeostase.
Acredito que assim também somos nós (já me disseram que alguns filósofos já falaram sobre isso. Não os estudei ainda e mesmo assim falarei o que penso, porque aqui o espaço não tem objetivo acadêmico, apenas divulgar pensamentos). Cada momento em que temos contato com o mundo, com as pessoas, deixamos a homeostase. Porque recebemos influência deles, seja nos pensamentos, seja nas atitudes. Aqui não entro no mérito se mudamos para "melhor" ou "pior". Apenas mudamos.
Ainda que há quem pense que continua a mesma pessoa de 10 anos atrás, sinceramente acho que não (não significa que eu esteja certo). Princípios, valores, ideias podem não ter mudado, mas a partir do momento em que você vê, aprende algo novo, você já mudou.
Percebe? É automático!
Mudar faz parte do ser humano. Mudamos a cada dia e acho que devemos nos permitir mudar. Como assim "permitir" mudar se isso é automático? Sim é automático, mas acho pode acontecer de forma mais ou menos fluída. Então simplesmente viver sem se preocupar excessivamente se você é isso ou aquilo ou querer parecer dessa forma ou de outra é algo que pelo menos para mim representa permitir mudança. Não estou falando para não ter identidade, não. Acredito que todos temos e devemos ter uma essência (aquilo que somos e gostamos quando ninguém está perto), mas acho que somos construídos e desconstruídos a cada dia em alguns aspectos e vejo isso como algo positivo, porque a cada dia nos é dada a chance de aprendermos, enriquecermos nossa vida com experiências.
Então vamos permitir em nós mudanças, vamos permitir que a vida nos ensine e nos construa!