sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Mudando dia após dia.

Estive meio ausente nessas duas últimas semanas e por alguns instantes achei que não escreveria mais. Achei que aconteceria igual ao meu antigo blog, uma hora as postagens simplesmente cessariam. Comecei a me questionar, "será que parei de pensar na vida?", "será que estou voltando a ser quem era?", "será que pensar mais profundamente realmente faz parte de mim ou era somente um momento da vida?".
Então hoje percebi que não sou mais quem fui. Muita coisa mudou e não escrever por um período não significa que voltei atrás em quem sou. Mas de qual mudança estou falando? Quase que óbvio que não é da mudança física, de aparência, mas sim da parte invisível, que envolve quem sou, o que aprendo e aprendi. Porém "curiosamente" para falar um pouco disso, lembrei de algo que envolve a mudança nos aspecto físico. Uma vez ouvi um professor dizer que a tese da homeostase (a constância estudada na biologia e falada quando estudamos o corpo humano) não existe. Porque a todo o tempo o corpo sofre alguma alteração, em cada batimento, em cada respiração, o corpo já está deixando a homeostase.
Acredito que assim também somos nós (já me disseram que alguns filósofos já falaram sobre isso. Não os estudei ainda e mesmo assim falarei o que penso, porque aqui o espaço não tem objetivo acadêmico, apenas divulgar pensamentos). Cada momento em que temos contato com o mundo, com as pessoas, deixamos a homeostase. Porque recebemos influência deles, seja nos pensamentos, seja nas atitudes. Aqui não entro no mérito se mudamos para "melhor" ou "pior". Apenas mudamos.
Ainda que há quem pense que continua a mesma pessoa de 10 anos atrás, sinceramente acho que não (não significa que eu esteja certo). Princípios, valores, ideias podem não ter mudado, mas a partir do momento em que você vê, aprende algo novo, você já mudou.
Percebe? É automático!
Mudar faz parte do ser humano. Mudamos a cada dia e acho que devemos nos permitir mudar. Como assim "permitir" mudar se isso é automático? Sim é automático, mas acho pode acontecer de forma mais ou menos fluída. Então simplesmente viver sem se preocupar excessivamente se você é isso ou aquilo ou querer parecer dessa forma ou de outra é algo que pelo menos para mim representa permitir mudança. Não estou falando para não ter identidade, não. Acredito que todos temos e devemos ter uma essência (aquilo que somos e gostamos quando ninguém está perto), mas acho que somos construídos e desconstruídos a cada dia em alguns aspectos e vejo isso como algo positivo, porque a cada dia nos é dada a chance de aprendermos, enriquecermos nossa vida com experiências.
Então vamos permitir em nós mudanças, vamos permitir que a vida nos ensine e nos construa! 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A necessidade de resposta.

Pode até parecer um contra-ponto do último post, mas não é. Explico o motivo. Semana passada durante uma aula foram levantada algumas questões sobre fé que são complexas para se responder e que muitas vezes são generalizadas ou colocadas em um molde. "É assim e pronto". Mas como um dos colegas observou, o ser humano é muito complexo e a questão da fé faz parte do ser humano, consequentemente até podemos responder de maneira pontual, porém acredito que será uma resposta imprecisa.


Bom, a fé não é o ponto principal deste post, é apenas uma introdução para algumas questões. Esse pequeno debate me fez pensar por que será que o ser humano precisa desse tipo de definição concreta e pontual? Será que isso tem a ver com o tempo no qual vivemos? Por que temos essa necessidade de sempre querer responder tudo? Por que assumir que não sabemos ou lidar com a incerteza nos incomoda tanto? Por que isso é visto como um sinônimo de fraqueza?

Muitas perguntas e assumo que não tenho respostas definitivas para elas, apenas o começo de algumas hipóteses.

Talvez essa necessidade esteja envolvida com a era que vivemos, com a valorização da ciência e explicação (ou suposta/temporária explicação) de tudo. Não saber pode significar ou que você não procurou direito ou que você é incompetente. O que não é necessariamente verdade. Muitas das questões da vida não tem e talvez nunca terão respostas, ainda que nós busquemos com todos os nossos esforços.
Também acredito que possa ter a ver com o querer ter o controle de tudo, como já falei em posts anteriores. Quando não sabemos, não temos o controle em nossas mãos e isso nos traz insegurança. Quando "conseguimos" definir, pontuar, fechar o tema e falar "é assim" satisfazemos nosso ego e nos sentimos seguros.

Apesar disso, talvez o anseio do ser humano para encontrar respostas e afirmar de forma que traga conforto a sua mente nunca cesse. Parece sempre que precisamos de uma resposta. Infelizmente isso faz com que muitas vezes a "encontremos" de maneira manipulada e forçada. O que para mim não parece ser a melhor solução.
Então finalizando, penso que podemos ter duas formas para viver (podem haver mais, mas citarei só duas aqui): achando que temos o controle e encontraremos as respostas ou assumindo nossa limitação e convivendo com as incertezas de maneira franca.
Até agora estou escolhendo a segunda (ou pelo menos acho que estou, em alguns aspectos). Qual você escolhe?