terça-feira, 1 de setembro de 2015

A necessidade de resposta.

Pode até parecer um contra-ponto do último post, mas não é. Explico o motivo. Semana passada durante uma aula foram levantada algumas questões sobre fé que são complexas para se responder e que muitas vezes são generalizadas ou colocadas em um molde. "É assim e pronto". Mas como um dos colegas observou, o ser humano é muito complexo e a questão da fé faz parte do ser humano, consequentemente até podemos responder de maneira pontual, porém acredito que será uma resposta imprecisa.


Bom, a fé não é o ponto principal deste post, é apenas uma introdução para algumas questões. Esse pequeno debate me fez pensar por que será que o ser humano precisa desse tipo de definição concreta e pontual? Será que isso tem a ver com o tempo no qual vivemos? Por que temos essa necessidade de sempre querer responder tudo? Por que assumir que não sabemos ou lidar com a incerteza nos incomoda tanto? Por que isso é visto como um sinônimo de fraqueza?

Muitas perguntas e assumo que não tenho respostas definitivas para elas, apenas o começo de algumas hipóteses.

Talvez essa necessidade esteja envolvida com a era que vivemos, com a valorização da ciência e explicação (ou suposta/temporária explicação) de tudo. Não saber pode significar ou que você não procurou direito ou que você é incompetente. O que não é necessariamente verdade. Muitas das questões da vida não tem e talvez nunca terão respostas, ainda que nós busquemos com todos os nossos esforços.
Também acredito que possa ter a ver com o querer ter o controle de tudo, como já falei em posts anteriores. Quando não sabemos, não temos o controle em nossas mãos e isso nos traz insegurança. Quando "conseguimos" definir, pontuar, fechar o tema e falar "é assim" satisfazemos nosso ego e nos sentimos seguros.

Apesar disso, talvez o anseio do ser humano para encontrar respostas e afirmar de forma que traga conforto a sua mente nunca cesse. Parece sempre que precisamos de uma resposta. Infelizmente isso faz com que muitas vezes a "encontremos" de maneira manipulada e forçada. O que para mim não parece ser a melhor solução.
Então finalizando, penso que podemos ter duas formas para viver (podem haver mais, mas citarei só duas aqui): achando que temos o controle e encontraremos as respostas ou assumindo nossa limitação e convivendo com as incertezas de maneira franca.
Até agora estou escolhendo a segunda (ou pelo menos acho que estou, em alguns aspectos). Qual você escolhe?

2 comentários:

  1. Rapaz, vou assumir uma limitação minha de maneira bem franca aqui:
    - Apesar de querer muito assumir a segunda forma de viver como default, conviver com as minhas próprias limitações nunca é tão natural quanto eu gostaria. Às vezes, a ilusão do controle é confortável demais.

    Mas agora bugou aqui.. quando eu digo isso, eu estou assumindo a primeira ou a segunda forma para viver?

    (btw, curti seu texto.)

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    1. Valeu Mamoru! Talvez estejamos mesmo nessa constante "luta", de querer assumir as limitações, mas ao mesmo tempo querer voltar ao controle da situação. Não tinha pensado nisso e acrescentarei uma edição no post. Pode ser que em alguns aspectos da vida nós escolhemos a primeira opção e em outros na segunda.

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