sábado, 28 de novembro de 2015

A "arte" de lidar com pessoas.

Antes de começar esse post, quero deixar claro que quando falar de "ciência" estarei me referindo a algo exato, mensurável, descritível e o termo "arte" será não exato, não mensurável e nem previsível. Não sei exatamente se existem esses conceitos sobre ciência e arte, mas eles me parecem razoáveis para utilizar nesse post e explicar o raciocínio.

Esses dias atrás estava pensando, como a vida é complexa quando se trata de lidar com pessoas não é mesmo?!
Há um tempo atrás entendia isso como uma ciência, as pessoas possuem padrões e ponto, elas podem ser definidas."Se acontecer isso, a pessoa por ter essa personalidade, fará aquilo", e assim por diante.
Porém, de um tempo para cá comecei a perceber que o ser humano não é tão simples assim para ser definido em padrões de comportamento. Algumas áreas estudam padrões de comportamento humano e possuem muita propriedade para falar sobre isso. (Quero esclarecer que não estou criticando essas áreas, eu que não estava conseguindo assimilar da maneira correta).
Os estudos são para tentar sistematizar o que é comum ou pelo menos aproximado no ser humano, algo que talvez sim de forma errônea nosso pensamento moderno tenha tentado definir na ciência. No fundo acho que depende da forma que utilizamos esses conhecimentos.

Entendo que o ser humano não pode ser definido. Porque cada um de nós possui experiências diferentes, ainda que vivamos no mesmo ambiente; possui características diferentes, ainda que sejamos irmãos; pensa diferente, ainda que formados na mesma faculdade. Como disse em um post anterior, mudamos a cada dia, então chego na ideia que lidar com as pessoas, inclusives com nós mesmos é uma arte e não uma ciência.

Por que arte?

Não é possível definir em uma fórmula, é preciso sensibilidade em cada situação. Às vezes achamos que a pessoa reagirá de uma determinada forma, mas ela reage completamente diferente, e aí? Se tivermos o pensamento de ciência, ficaremos sem reação. Percebe a complexidade? Não podemos generalizar as pessoas, porque se assim fizermos, estaremos lidando com máquinas, algo sem vida.
Por esse motivo hoje tenho um pouco de aversão ao pensamento de passos para ser bem sucedido, não só no lidar com as pessoas, mas com outras coisas também, como eu disse em um dos primeiros posts.
(Aliás, esse post estou usando mais referências de post anteriores, quero lembrar esse blog é uma construção).

Por necessitar de sensibilidade em cada situação que disse que lidar com as pessoas é complexo. Não quer dizer que devemos ficar o tempo todo analisando, calculando, se preocupando, não, acredito que apenas devemos viver entendendo que lidar com as pessoas é uma arte. Cada situação é única. Só de entender isso acho que damos um grande passo. Isso demonstra respeito com o outro. Porque a ciência define e automaticamente reduz, mas a arte dá liberdade e aceita a autenticidade de cada um. É um desafio viver assim? Com certeza! Mas como dizem, viver é uma arte.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Nem mais, nem menos.

Quando vi, Novembro já estava na metade e eu ainda não havia escrito nada aqui. Mesmo anotando algumas ideias não consegui desenvolver por razões diversas.
Mas aqui estou. Após os acontecimentos que chocaram o país e o mundo fiquei refletindo um pouco sobre.
Como já deve ser de conhecimento da maioria (pelo menos imagino que seja), tivemos a quebra da barragem em Minas Gerais e os atentados em Paris.

Vi então vários posts no Facebok de todos os tipos de posicionamentos e opiniões. Os que se compadeciam da França, os que queriam a morte dos extremistas religiosos, os que reclamavam que no Brasil foi muito pior e foi bem menos divulgado, os que acusavam os poderosos por causa da queda da barragem, os que tentavam dizer que ambos fatos eram importantes e não precisava deixar de falar de um para falar do outro, etc. Caso você tenha Facebook (sim, existem pessoas que não tem), deve ter visto seu feed bem cheio desse tipo de post. (Deixo claro que aqui não sou nem contra ou a favor, apenas estou falando o que vi).

Quando me deparo com problemas grandes como estes, começo a ter uma certa crise: "E eu? Onde me encaixo nessa história? Deveria largar tudo e ir para as cidades cheias de lama? Deveria ir até a França em nome da paz? Devo compartilhar no Facebook para que o mundo saiba minha indignação?" (não, esse último pensamento eu não tive, foi só uma ironia. Ainda que eu ache que as redes sociais podem ser locais de denuncia e reflexão, me refiro de forma irônica dos que compartilham para tentar aparecer).

Depois do turbilhão de pensamentos, começo a ser mais racional e menos emotivo. Então entendo que não sou capaz de salvar o mundo, entendo que não sou capaz de cuidar de todos os desabrigados e nem consolar todas as famílias dos mortos. Mas não é porque não posso salvar a todos que também ficarei acomodado sem fazer nada. Entende o título "Nem mais, nem menos" agora?
Não vou me cobrar ou condenar por não fazer algo que não está ao meu alcance, pelo menos no momento não está, mas também não vou ficar de braços cruzados se eu posso fazer algo.
Posso procurar formas de ajudar os moradores de Mariana e região. Já vi que uma das formas é doar água potável e também posso procurar quais outras necessidades eles tem e enviar por meio de algum órgão que está ajudando diretamente.
Já em relação a França, no momento não consigo ir até lá (e mesmo se conseguisse não adiantaria muito porque não falo francês), então não posso ajudar fisicamente. Porém, por ser alguém que tem fé, o que vejo que está ao meu alcance é orar pelas famílias dos que foram mortos e por aqueles que organizam esses atentados. Isso é o que acredito que consigo fazer para ajudar no momento. Apenas uma reflexão para minha realidade.

Esses não foram nem os primeiros e infelizmente acredito que nem os últimos problemas grandes que tivemos/teremos. O que acho importante sobre tudo isso é não pensar nem mais, nem menos daquilo que posso fazer. Ser realista. Tentar ajudar ainda que pareça pouco e não fechar os olhos e cruzar os braços, porque nesses momentos acredito que para aqueles que precisam, o que consideramos pouco pode fazer muita diferença.