terça-feira, 29 de março de 2016

E se eu fizer mais e falar menos?

Depois de algumas semanas, finalizarei a série "E se..." com uma rápida reflexão a partir do que tem acontecido em nosso país principalmente nessas últimas semanas.

Não tem como fugir de toda a discussão acerca da nossa política, os impasses, as acusações, e os embates giram em torno de suspeitas de desvio de dinheiro, corrupção, enriquecimento de maneira ilícita. De pessoas que estavam e estão a frente do nosso governo. Pessoas que até um tempo atrás faziam discuros bonitos, que falavam de um país que está em ascensão, mas infelizmente, o que vemos hoje são resultados de uma má administração. Em outras palavras, o discurso ficou na teoria. (Detalhe importante, não estou preocupado em defender partidos políticos, meu foco nesse post é outro).

Baseado nessa situação, acredito que podemos começar a refletir sobre nossas palavras e atitudes.

Estava pensando, adianta falar bonito mas agir totalmente diferente?

A forma básica de comunicação para a maioria das pessoas é o discurso, talvez seja a forma mais clara de comunicação (claro, existem pessoas que pensam diferente), mas o que coloca o discurso a prova é a ação.

Sei que nem sempre conseguimos ser 100% fieis aos nossos discursos e é por isso que talvez seja importante ter cuidado com o que falamos, principalmente quando julgamos algo ou alguém.
Às vezes ouvimos discursos prepotentes que menosprezam os outros e colocam um peso exagerado, tão exagerado que nem a pessoa que fala consegue cumprir.

O resultado é a incoerência entre o discurso e a ação.

Um exemplo genérico, um policial que critica ferozmente a corrupção, faz postagens no Facebook, vai manifestar na rua, mas recebe R$ 10,00 para fingir que está tudo em ordem com um motorista embrigado durante uma blitz.

Entendo que precisamos pensar isso não só no aspecto da política, mas nas áreas gerais da nossa vida. Em nossos relacionamentos, afazeres do cotidiano, nosso discurso é comprovado com nossa prática.

Assim, penso em possibilidades para ser menos incoerente: ser mais honesto e falar menos (não literalmente, mas ficar com menos blábláblá e discursos arrogantes); assumir as minhas limitações em meus discursos; agir mais para que meu discurso tenha validade.
Essas possibilidades podem fazer a diferença, já que atualmente o ditado "faça o que eu diga, mas não faça o que eu faço" já caiu em descrédito.

Então termino o post pensando "e se eu fizer mais e falar menos"?

domingo, 6 de março de 2016

E se eu perdoar mais?

Dando sequência a série "E se...", estive e ainda estou pensando bastante sobre isso.

Perdão.

Há muito o que falar sobre o perdão, porque é um algo básico de qualquer relacionamento. Mas serei breve porque não é meu propósito deixar o post muito longo.

Entendo que perdoar pode ser relacionado com humilhar-se. (Como assim?). A atitude de perdoar alguém demonstra que você escolheu abrir mão de estar certo e seu orgulho já não tem mais tanta importância.

Acredito que o orgulho é um grande adversário do perdão (talvez o maior). Quando consideramos que a outra pessoa é quem está errada e esperamos que ela venha se desculpar (vamos ser sinceros, é o que pensamos na maioria das vezes) ergue-se uma resistência no relacionamento.

Mas aí que entra a parte de escolher abrir mão do orgulho. O perdoar não precisa acontecer necessariamente somente quando a outra pessoa pede perdão. Podemos desistir de querer estar certos por considerarmos o relacionamento com a pessoa mais importante do que um "eu tenho a razão e ela que venha se desculpar".
Isso não depende do sentir, como escrevi no começo desse parágrafo, tem relação com escolha.

Sei que não é fácil, mas entendo que o perdão é libertador. Perdoar e ser perdoado é semelhante a retirar um peso os ombros (peso este que não precisávamos carregar). Somente experimentando que é possível saber como é aliviador.

Então pergunto, o que pode acontecer com a qualidade dos meus relacionamentos se eu perdoar mais?