sábado, 10 de março de 2018

Armadilhas: por um uso mais consciente das redes sociais

Você já assistiu aqueles filmes em que a personagem principal está caçando algum adversário (seja um animal, um et ou uma outra pessoa) e precisa fazer uma armadilha para ter sucesso?
Eu lembro um pouco de Predador, quando o Arnold Schwarzenegger faz uma armadilha com troncos de árvores, galhos e cipós para tentar emboscar o Predador.  
O segredo por trás da armadilha está em enganar e surpreender o adversário. Praticamente todos os dias vejo armadilhas. Não são iguais a do filme, mas que se apresentam de diferentes formas nas redes sociais. (Aliás, estava relendo uns posts antigos e vi que já escrevi sobre as redes sociais e volto a escrever sobre isso).

Quais armadilhas? Vou falar daquelas que identifiquei e é bem provável que existam outras. (Isso não é uma crítica com o objetivo de destruir quem usa as redes sociais, tanto porque eu também uso. Antes é um convite para a reflexão da forma como nós usamos). 

- Vida perfeita
Essa talvez seja uma das mais comentadas e já vi várias críticas à ilusão que as fotos e status das redes sociais trazem. Principalmente no começo da vida, quando vemos influenciadores digitais postando sobre suas viagens, produtos ganhos, etc, podemos cair na armadilha de achar que a vida deles é perfeita. Importante ressaltar que não estou colocando a culpa nessas pessoas, às vezes é o trabalho delas assim como os atores e atrizes que precisam interpretar nos filmes. A questão é que as pessoas se iludem com uma vida perfeita. 

- Superficialidade na vida
Consequentemente com essas fotos de uma vida perfeita somos tentados a focar na aparência e na superficialidade. Talvez a gente não tenha noção de que nossas redes sociais pode chegar aos países mais distantes.
Estava assistindo outro dia uma entrevista com uma banda de três irmãs que começaram a fazer sucesso por causa de um vídeo na internet. Elas falaram bem espantadas de fãs na Suécia, no Brasil e elas são do México.
Por causa dessa distância, acabamos "conhecendo" as pessoas pelo que postam nas redes sociais, o que dificilmente traz um conhecimento real a não ser que você converse frequentemente com a pessoa. Do contrário, fica apenas a superficialidade das fotos/vídeos e ao que a pessoa aparenta ser.

- Egocentrismo
As redes sociais são algo pessoal, seu usuário terá seu nome ou nickname, então nada mais óbvio do que postar coisas sobre você, seja fotos, vídeos. Porém, há um risco que é de se tornar egocêntrico. Postar todos os dias fotos aleatórias apenas para conseguir a atenção ou o like das pessoas. Entendo que às vezes isso pode ser visto como uma forma de melhorar a auto-estima, mas se não houver correspondência, a auto-estima vai apenas piorar. Não sei se as redes sociais são os melhores lugares para tentar resolver esse tipo de problema. É mais provável que encontremos o perigo de achar que o mundo precisa nos ver e contemplar.  

- Superficialidade nas informações 
Não é muito difícil encontrar nas redes sociais as "fake news". O que acontece? Alguém, por N motivos resolve postar uma mentira na internet e as pessoas espantadas com aquela suposta notícia começam a compartilhar muitas vezes sem verificar a fonte ou a veracidade daquilo. Recentemente tivemos o caso da menina Síria, que foi divulgado que mesmo sem os pais e com o país em guerra ela era capaz de sorrir. O que foi desmentido pelo fotógrafo alguns dias depois. E em um passado nem um pouco distante aconteceu a mesma coisa com o menino negro na praia de Copacabana na virada do ano. Muito se falou sobre a foto sem ao mesmo saber qual foi a situação de fato. Vê?! Acontece frequentemente! 

O que fazer diante de tudo isso?
Acho que hoje viver sem redes sociais é quase impossível. Mas é possível sim termos um uso mais consciente das redes sociais. Isso não significa que vamos mudar a internet, mas podemos mudar nossa mentalidade e não cair nas armadilhas que a internet pode abrigar.

Podemos considerar que ninguém tem uma vida perfeita; que as redes sociais não representam necessariamente a vida real; que o mundo não gira ao nosso redor; e que nem tudo o que vemos na internet é verdade, por isso, antes de compartilhar, melhor verificar a procedência da informação. 
Simples assim! Saber disso pode nos ajudar a ter um uso mais consciente das redes sociais.

quinta-feira, 1 de março de 2018

A vida e a montanha-russa.

Depois de um tempo sem escrever (novamente), ocupado com outros afazeres e um pouco sem inspiração, voltei! 

Em um pouco mais de um mês muitas coisas já aconteceram. Ao mesmo tempo que parece que o ano acabou de começar, afinal o Carnaval foi há duas semanas atrás, já estamos em Março. 
Estava pensando em meu penúltimo post sobre as expectativas para esse ano e me vi bastante otimista. Mas como disse, em pouco tempo muitas coisas aconteceram e não da forma como eu esperava.

Não fui aceito na universidade da Holanda na qual me inscrevi. Infelizmente faltaram 3 pontos no TOEFL para ser um possível candidato. Achei que a correção foi injusta? Um pouco. Fiquei meio perdido por um tempo? Sim! E outros planos que também tinha em mente ainda não deram certo.

Por isso comecei a pensar sobre a montanha-russa que às vezes acabamos vivendo. Em um momento parece que tudo vai dando certo de forma fluida, como se estivessemos em ascensão. E então, quando menos esperamos as coisas não saem como o esperado e planejado e nos encontramos quase que em queda livre.
Isso acontece. Faz parte da vida.

Steel Dragon 2000 em Nagashima, Japão. Foto de 2007.

Por mais pessimista que possa parecer, a intenção na verdade é ser realista. A vida não é um conto de fadas, nem um lugar perfeito. Talvez essa seja a beleza da vida, porque ela é surpreendente, às vezes positivamente, às vezes negativamente. Claro, qualquer um de nós gostaria de ser surpreendido só positivamente, mas não é assim que funciona.

Apesar dessa montanha-russa, existe um elemento em nós que não pode mudar: a esperança. Sim, sei que em algumas situações parece que nossa esperança vai embora. Não temos motivos mais para acreditar ou ter otimismo. Mas se nossa esperança acabar, nossa vida também acaba. Quero deixar claro que ter esperança não é se iludir. São duas coisas diferentes.

A esperança é como se fosse uma folha em branco que ainda vai ser escrita e a ilusão, uma folha escrita que não queremos aceitar o que está ali e fingimos que está em branco. Percebe a diferença?

Tem uma música que ouvia bastante quando era adolescente que dizia: "mas é claro que o sol, vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei." Eu parei de ouvir essa música porque ficava meio depre, mas a letra dela é bastante profunda. Existe um "hoje" e vai existir um "amanhã". 
Nossa vida pode ter várias folhas em branco e precisamos estar abertos para o que vai ser escrito nelas. E claro, sempre desejando que seja escrito o que há de melhor. 

Apenas para concluir essa reflexão rápida. A vida nunca vai deixar de ser essa montanha-russa, cabe a nós então não perdermos a esperança.

Last Hope - Paramore Letra traduzida