segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Encerrando um ciclo...

Sim! É isto mesmo, você não leu errado o título. Meu primeiro post do ano é um post de despedida.

Chegou a hora de encerrar o ciclo do Pensamentos de um dia comum. Faço isso com certa dor no coração, mas, ao mesmo tempo, feliz com o que compartilhei aqui e por saber que pessoas leram os posts.

Por que vou parar de postar aqui?

Acredito que hoje estamos chegando a outro estágio em relação a leitura na internet. Principalmente quando se trata de opiniões, ideias, reflexões, hoje preferimos ver um vídeo ou um post curto em outra rede social e não ter que acessar uma página específica para ler algo. A não ser que seja alguém com um nome bastante respeitado, com anos de caminhada. Acredito que até esses também estão repensando suas formas de comunicação.

E daqui para frente?

Eu deixarei o blog no ar, não vou apagar nenhuma postagem, tanto porque, faz parte da minha trajetória enquanto aventureiro na escrita e na tentativa de pensar "além da minha caixinha". 
Já dei início a outro projeto há mais um menos um mês no Instagram chamado: O livro no Insta
Como já disse, acredito que hoje é uma certa tendência ler em outras redes. No perfil eu escrevo postagens curtas com os mesmos objetivos do blog.

Então caso você queira continuar lendo o que escrevo, poderá ter acesso mesmo sem ser inscrito.

E agradeço de coração a todas as pessoas que leram, comentaram, contribuíram nesses 3 anos e meio de blog! Tenha certeza que você teve um papel muito importante para mim.

Chegou o momento do adeus, ou quem sabe, um até logo!

Felipe Nakamura.  

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Sentir-se totalmente preparado

(Milagrosamente, estou postando pela segunda vez em um intervalo bem curto. Acho que há muito isso não acontecia. Preciso aproveitar o frescor da ideia e já que estou no computador, escrever.)

Outro dia estava conversando com um amigo meu que será pai e perguntei: "E aí, está preparado?". Ele me deu a seguinte resposta: "Ah, a gente nunca está né...". E complementou que também foi assim quando ele casou, quando mudou de cidade, mas que deu tudo certo. 

Agora pela manhã estava pensando em quantas vezes me senti preparado para enfrentar algo novo e estava totalmente confiante que conseguiria fazer aquilo tranquilamente. Me arrisco dizer que foram pouquíssimas vezes. Pode ser uma questão de auto-estima? Talvez. Mas o que me lembro é que as vezes em que me senti totalmente preparado e totalmente confiante, fracassei. 

Vejo isso acontecer bastante no esporte também. O favorito entra se achando campeão e acaba caindo. Não é uma regra, mas parece que quando o atleta sabe que se preparou e está com os "pés no chão", ciente de que pode não vencer, a chance de sucesso parece maior. Isso pode também ter relação com o atleta dar tudo de si na competição, como se ela fosse a última.
A sensação de não estar totalmente preparado é boa, apesar de não parecer. Evita a soberba, a prepotência e uma frustração ainda maior em caso de fracasso. Além de incentivar a fazer o melhor, o máximo possível.   

Estive pensando sobre esse tema por lembrar que nos últimos anos tenho me deparado com algumas situações nas quais não me sentia totalmente preparado. Término do mestrado, ida para a Holanda, cargos na igreja, situações que tive que falar em público para um número considerável de pessoas. 

E já sei que virão outras em 2019.

Mas a conclusão que cheguei é: tudo bem não sentir-se totalmente preparado. Como acabei de falar, isso pode ter seu lado bom. O importante é seguir em frente, preparado ou não, confiante com os "pés no chão". O jeito melhor de caminhar, a gente aprende no caminho, por mais cliché que isso possa parecer. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Internet: "terra" de todo mundo, "terra" de ninguém.

A vida virtual é uma das coisas que mais me intriga e já fiz outros posts falando sobre isso. Recentemente comecei a fazer um curso de tutoria em EAD e foi falado sobre a vantagem dos cursos de educação a distância, que conseguem transmitir conhecimento independente da questão geográfica. Hoje em dia, imagino, sem consultar dados oficiais, que a grande parte do Brasil tem acesso à internet. Haja vista o número de vídeos que temos em WhatsApp, Facebook e outros meios de comunicação, vindo de várias partes do país.

Só que, recentemente, também vi um vídeo de um youtuber famoso (1) falando sobre outro youtuber famoso (2). O vídeo foi uma resposta a outros vídeos do youtuber 2, que estava incitando odio de seus seguidores contra o youtuber 1. 
Além disso, também estava procurando dicas de bons capacetes para moto. Encontrei uma infinidade de vídeos, de tudo quanto é tipo de gente e alguns poucos de pessoas ou organizações especializadas. 

O que quero dizer com tudo isso é, que, ao mesmo tempo que as pessoas possuem acesso ilimitado à internet, elas também podem postar quase qualquer tipo de conteúdo de forma irrestrita. Seja a pessoa uma especialista, seja apenas alguém querendo dar opinião. O fato é que a internet se tornou "terra" de todo mundo e ao mesmo tempo  "terra" de ninguém. (Para ilustrar isso, o Porta dos Fundos fez uma série de vídeos chamado "Polêmica da semana"). 


Você pode até me dizer que atualmente temos leis para cybercrimes, e realmente, porém, convenhamos que é algo muito recente e também hoje é impossível restringir as pessoas postarem o que elas querem. 
Eu não sei se há uma solução para que as pessoas não postem conteúdos de forma irresponsável, baseada apenas em achismos. Muitos menos não acho que seja certo fazer esse tipo de intervenção. O que digo aqui é apenas uma observação da realidade virtual (por mais estranho que isso pareça), sobre um lugar que é acessível e ao mesmo tempo "sem leis", na qual todo mundo posta o que quer, inclusive este que vos escreve.


sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Sonho na realidade

No começo desse mês realizei um sonho de alguns anos atrás, o de publicar um livro. 
Não era um LIVRO como eu imaginava que seria, muito menos com o conteúdo que imaginava que deveria ter, tudo foi bem diferente, mas nem por isso tirou a ideia de "realização de um sonho".

Pegar os livros em minhas mãos foi uma experiência muito legal. Eu não sou pai, mas imagino que é como se fosse pegar um filho nas mãos seu pela primeira vez. Ok, não estou comparando pessoas com livros, que fique claro, apenas digo em relação à sensação. Eu tenho uma mania meio esquisita, que sei que outra pessoas também tem, que é de cheirar livros. E o livro tinha o cheiro que eu queria que tivesse, cheiro de livraria. O papel era macio e em tom creme, a qualidade do material era boa e na minha concepção, adequada para o tipo de conteúdo que eu publiquei.  

O que foi mais interessante é que a gráfica que mandei fazer não usou o arquivo atualizado. Eu tinha modificado algumas pequenas coisas no arquivo final. Logo de cara aquilo me deixou bastante irritado. Minha vontade era devolver e mandar fazer de novo. Por outro lado, eram coisas pequenas, será que valeria a pena esperar mais uma semana? Aliás, naquela altura do campeonato, eu já tinha anunciado nas redes sociais que o livro estava pronto. Como faria com quem já tinha pedido? E ainda há um outro fator que foi o mal atendimento pós-vendas do vendedor. Essas coisas me fizeram relevar e no fim, mesmo assim, a sensação foi aquela descrita no começo. Acabei me contentando com o resultado.

Com este breve relato, que foi ideia do meu amigo Lucas, eu fiquei pensando em como às vezes em nossa vida nós temos sonhos e por um motivo ou outro eles podem até acontecer com alguma mudança, mas ficamos tão obstinados de que deveria ser DAQUELE jeito imaginado, que não aproveitamos o sonho na realidade. 

Às vezes alguns de nossos sonhos já aconteceram, nós só não percebemos...

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Por trás das cortinas

Vez ou outra quando assisto vídeos no Youtube, aproveito para ver o "making of" ou "behind the scenes" porque acho curiosos observar por um outro ponto de vista. Quando vemos o resultado final, muitas vezes nem imaginamos o tanto de trabalho que deu fazer aquilo. 

Comecei a pensar um pouco mais nisso depois de trabalhar em um restaurante. Parece non-sense, mas calma, eu explico. Quando vamos como clientes, vemos o buffet bonito, com bastante comida e está tudo certo. Só que não é só isso. Somente depois de trabalhar lá que consegui perceber o tanto de esforço que envolve. Por trás das cortinas existem pessoas que se movimentam para que o "espetáculo" aconteça.

Na vida, muitas situações são assim. Inclusive quando pensamos em benefícios, "privilégios" que temos hoje. Por exemplo, se hoje temos algum tipo de direito, enquanto cidadãos, é porque pessoas lutaram por isso no passado e no presente. Ou seja, por trás das cortinas sempre houve e haverá pessoas que se esforçam, desdobram, trabalham para que o holofote ilumine o palco. 

Para finalizar esse post curto, que possamos dar valor às pessoas que fazem que é "invisível" e também que sejamos, dentro de nossas áreas de atuação, aqueles que estão por trás das cortinas. Seja onde for, em qual área for, fazendo o que for.


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Será em vão?

Depois de um mês de bastante reflexão a respeito do futuro, próximos passos profissionais ou pelo menos tentativas, fiquei sabendo de um site de cursos online com certificado. Um amigo meu me indicou o Udemy e resolvi dar uma olhada. Havia cursos em promoção e por no momento não estar matriculado em nenhum curso, decidi comprar alguns: Filosofia e Psicologia no século XXI, Pensando criticamente e um curso de Holandês. 

Mas durante esse tempo algumas perguntas pairavam sobre minha mente: será que o que estou pretendendo fazer/fazendo agora é em vão? E se no fim não der certo? Será que vale a pena tentar aprender o holandês em vez de espanhol ou mandarim?


E então no curso que fala sobre Filosofia, me fez entender que aquilo que é vivido de forma inteira, de coração, não é em vão. Mesmo que planos não dêem certo, mesmo que os cursos não sejam tão bons, algo essas situações irão acrescentar. Mesmo que seja "só" experiência, mesmo que seja o que não fazer.

Indo direto ao ponto: Não é em vão, não é tempo perdido. 

Isso vale a pena tomar nota para superar o medo de tentar...

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Dignidade...

Semana passada (19/07/18) tive a oportunidade de participar da recepção da princesa japonesa Mako de Akishino em Londrina. Foi um evento restrito e feito sem muito alarde. De acordo com o protocolo, ela deveria passar no meio da rua. Nós estávamos na calçada. Caso viesse em nossa direção, não podíamos estender a mão para cumprimentá-la, ela que deveria tomar a iniciativa. 

Para a minha surpresa, e talvez para a surpresa de todos os presentes, ela passou muito próximo do público e começou a cumprimentar as pessoas até um de seus assessores ou seguranças, informar que ela deveria ir mais rápido. Ela passou em nossa frente muito educadamente olhando para nós pedindo desculpas e mais para a frente continuou cumprimentando as pessoas.

Aquilo me chamou bastante a atenção. Afinal, minha concepção de família imperial japonesa é de que ninguém poderia chegar perto e talvez nem olhar nos olhos. 
Porém, a atitude da princesa foi surpreendente. A forma humilde como ela tratou as pessoas juntamente com outras coisas que li e vi me fez refletir sobre a dignidade que todo ser humano merece ter.

Me lembrei de quando visitei um trabalho de ação social na Holanda e uma das fundadoras disse que o objetivo do lugar era dar um pouco de dignidade para as pessoas. Ali eles recebem todos os tipos de pessoas, inclusive aquelas que a sociedade exclui. 
Também me lembrei de um livro que estou lendo chamado "A coragem de ser imperfeito" da Brené Brown. No livro tem a seguinte afirmação: "Não importa o que eu fizer hoje ou o que eu deixar de fazer, eu tenho meu valor". Ela enfatiza a auto-aceitação que não é medida pelo desempenho, mas pelo simples ser. A ideia de ser aceito e amado por ser quem somos.
Por fim, vi recentemente uma reportagem de uma líder de uma banda cristã bem influente nos EUA chamada Kim Walker, dizendo que os jovens estão cansados da falta de transparência dos líderes religiosos.   

O que tudo isso tem a ver? 

Por um lado vemos "digital influencers" falando de uma "vida perfeita" nas redes sociais. Mostrando lugares paradisíacos, com luxo, conforto, ostentação como se fosse algo normal e acessível para todos. O resultado é uma sociedade que tem ficado doente por ansiedade, depressão, exaustão.

Por outro lado, parece haver um movimento, que traz a humanização e a dignidade que todos merecem ter. Uma princesa que se preocupa em passar perto e cumprimentar as pessoas, um lugar que não faz pré julgamentos pela roupa ou pelo status social da pessoa, uma mulher que admite sua vulnerabilidade e expõe a importância de sermos amados por quem somos, uma líder de uma banda influente que afirma que não é possível viver de aparências. 

A conclusão pelo menos momentânea que chego é: ninguém tem uma vida perfeita, não devemos exigir isso dos outros e nem tentar fingir que temos. Por isso é preciso tratar as pessoas com dignidade, dizer um "obrigado" olhando nos olhos. Entendo que às vezes não é fácil, estamos atarefados, com pressa, pressionados, mas a vida é a coisa mais valorosa que existe. Precisamos de humildade, precisamos de compaixão, precisamos de amor.  Todos merecem pelo menos um pouco de dignidade e respeito, afinal, todos somos da mesma "raça", somos humanos.