Esse tempo que tenho vivido aqui na Holanda está sendo bastante especial e significativo. Como falei no post anterior um tempo de crescimento como pessoa e também de reflexão sobre a vida, sobre o futuro. Especialmente esse final de semana foi bastante interessante.
Eu e mais um amigo do Egito fomos visitar uma igreja protestante na comunidade de Son en Breugel. Na verdade são dois vilarejos diferentes, Son e Breugel, mas como são bem pequenos, eles juntaram e por isso é a igreja de Son "en" (e) Breugel. Acho que deu para entender né?!
Durante essa visita, antes de voltarmos para Amsterdam, passamos na cidade Eindhoven e fomos em um lugar chamado Hemelrijken que significa "Reino do Céu". Lá as pessoas que são moradoras de rua, pessoas com baixa renda, pessoas sozinhas podem ir, tomar um café, comer um pão, tomar sopa, descansar um pouco, encontrar alguém para conversar. Nós ficamos hospedados na casa da Thea, antiga coordenadora desse trabalho, ela ficou a frente durante 12 anos e contou um pouco da história.
Em 1996, o bairro era marginalizado, lugar de prostituição, viciados em drogas e então eles começaram esse projeto lá e com o tempo foram chamando a atenção da prefeitura para fazer melhorias na região. Hoje parece ser um lugar bastante diferente, várias residências, famílias. No começo poucas pessoas íam lá na semana, mas atualmente, em dias de frio mais intenso, são cerca de 80 pessoas que passam diariamente.
Tive a oportunidade de conversar com a atual coordenadora da casa. Ela disse algo que me impactou bastante, que ali eles tentam dar um pouco de dignidade para as pessoas, tentam mostrar que elas possuem valor, que não são o lixo da sociedade. E essa é a filosofia desde o começo, proporcionar para a pessoa que entra ali a "sensação de estar no Céu", mesmo que seja durante uma hora, durante um dia. Quem trabalha lá são voluntários e não estão para julgar o que a pessoa fez ou deixou de fazer, estão simplesmente para ouvir, conhecer, conversar. Nós temos um senso de julgamento muito afiado, ficamos dando palpites, se é bom ou se é ruim. Conhecer aquele lugar, me fez refletir, me fez ser um pouco mais humano e um pouco menos juiz.
Pessoas como a Thea e a atual coordenadora (que não entendi o nome), foram inspiradoras para mim. E como é importante ter pessoas que inspiram. Isso não é um papo de Bel Pesce, mas de fato, ter pessoas que de alguma forma te inspiram e ajudam a ir além é muito encorajador. Quem te traz inspiração?
Parece ser um trabalho muito bonito mesmo. Ver gente que faz o bem é tão bom, dá uma sensação boa e nos inspira ☺️
ResponderExcluirSim, inspira a continuar sonhando, continuar caminhando, a continuar lutando.
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