Na primeira semana do ano pude ir para um acampamento no interior de SP e ficar por 5 dias lá. Nesses dias fiquei praticamente sem mexer no celular, já que o sinal do wi-fi era fraco e o do 3g quase não pegava (sim, ainda não tenho 4g).
Essa experiência no começo é meio desesperadora porque para quem está acostumado a ficar conectado o dia inteiro. Não ter redes sociais, páginas de notícias é angustiante. Mas depois do primeiro dia, a coisa muda de figura. O que era angústia começa a se tornar alívio. E você começa a perceber que não precisa tanto do seu gadget quanto você achava que precisava. Percebe que não morrerá se ficar sem ver as notificações logo que elas vem e que não faz tanta diferença ver um like agora ou depois.
Recentemente fui confrontado novamente com uma situação parecida. Por motivos de força maior,
passo boa parte do dia sem mexer em meu celular. Em uma conversa, vi que sem perceber acabamos entrando em um ritmo descontrolado e uma dependência até exagerada das tecnologias.
Comecei a me questionar então, será que vale a pena correr tanto?
Não no sentido literal, mas correr para ver as notificações, correr para ver as mensagens e respondê-las, correr para tirar uma foto e postar. Será que por isso realmente vale a pena correr?
Na mesma conversa que falei acima, me falaram que com esse estilo de vida a ansiedade vai fazendo parte do nosso dia-a-dia de forma sutil e quando vamos ver, não conseguimos esperar 5 minutos para sermos atendidos.
Essa velocidade na informação, na tecnologia, além de nos deixar mal acostumados, faz mal para nós. Ficamos mais stressados, ansiosos e não percebemos que estamos em um ritmo frenético que nem o nosso próprio corpo aguenta.
Por isso talvez seja importante repensarmos a forma como vivemos hoje. Deixar um pouco o celular, o tablet, o computador para aproveitarmos outras coisas da vida. Caminhar, praticar exercícios, conversar com os que estão a sua volta, para que assim a gente consiga correr em um ritmo que nosso corpo consiga sem adoecer.
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