Bem-vindo 2018!
Depois de mais de um mês sem escrever e quase nem chegar perto disso, resolvi sentar e tentar. Cheguei a esboçar algumas ideias no fim do ano passado, mas talvez minha cabeça ainda estava fora do ar. (Parece exagero, afinal foram só 3 meses. Só que o problema não é o tempo e sim a intensidade. Admito que minha vontade de voltar para lá é grande mesmo com as diferentes dificuldades, mas vida que segue.)
O ano de 2018 está com desafios diferentes e sonhos que podem ou não se realizar.
O primeiro desafio será em relação aos estudos. Terminada a graduação agora é hora do passo seguinte. Vamos ver se até o final desse mês alguma definição acontece.
Nessa mesma linha estão os sonhos. Como falei acima, a vontade de voltar para a Holanda é grande e tentarei me inscrever para programas de mestrado. Preciso cumprir algumas etapas antes e esse mês de Janeiro será decisivo.
Na semana passada vi uma notícia que me deixou meio triste, desapontado, não sei qual é o adjetivo certo para usar. Um homem entrou em uma das principais igrejas católicas da cidade e quebrou parte da imagem mais importante da igreja. Ele foi preso e a polícia identificou que ele já havia feito a mesma coisa em outra cidade da região e estavam tentando constatar se ele tinha algum tipo de distúrbio ou algo do tipo.
Claro que essa notícia deu o que falar. Na verdade, parece que hoje em dia qualquer notícia faz isso, até mesmo as mais fúteis. É só ver a coluna de celebridades nos sites de notícias.
Enfim, segundo o site, o homem dizia que estava fazendo aquilo porque estava escrito na Bíblia.
Aí claro que como teólogo, precisava refletir um pouco sobre isso.
No Brasil vemos muitas vezes religiões degladiando entre si tendo a mesma origem. Sim, estou falando dos católicos e evangélicos.
Talvez eu esteja enganado, mas atualmente parece haver mais agressividade por parte de alguns evangélicos. E credito essa agressividade a uma série de fatores.
Primeiro, a educação que temos. Educação? Sim, em muitas escolas não se ensina a olhar de forma crítica para as coisas. Lemos e seguimos as regras, sem reflexão e ai daquele que questionar. Nossa incapacidade de interpretar resulta em ignorância e fanatismo.
Segundo, nossa ganância de querer sempre estar certo. Nosso orgulho e egocentrismo faz com que a gente ache que fora da nossa verdade não há outra forma de ver o mundo. O incrível é pensar na diversidade cultural e étnica do Brasil e mesmo assim, os pensamentos que cultivamos continuam sendo de superioridade cultural/étnica e consequentemente religiosa.
Terceiro, intolerância estimulada pela era digital. Li um
texto do Jonathan Menezes falando sobre o diálogo na internet e de fato, é fácil sair jogando críticas pesadas de forma irresponsável quando é possível se esconder atrás de um nickname. É só dar uma olhada em comentários no YouTube. O mais assustador é ver que por vezes são crianças de 9, 10 anos comentando de forma agressiva.
Acredito que tudo isso junto com o a ideia de consumismo, na qual, o mundo é feito para me servir, gera esse tipo de pensamento e comportamento de destruição, desrespeito e intolerância. E apesar de parecer ter um tom pessimista e crítico, meu texto tem o objetivo de ser mais reflexivo.
Proponho a seguir algumas coisas para pensarmos em 2018.
Se aqueles que se dizem cristãos querem realmente seguir a Jesus, o Cristo, então comecem estudando mais sobre sua vida e ensinamentos. Procurem se há na Bíblia algum momento que Jesus entra em algum templo de outra religião para destruir o que era sagrado para os outros. Aliás, o único momento que me recordo de ver Jesus agindo de forma mais agressiva é quando derruba as mesas dos comerciantes que estavam no próprio templo judeu. Motivo? Os comerciantes aproveitavam as visitas para explorarem os viajantes com altas taxas de câmbio e preço dos animais para serem oferecidos em sacrifício.
E me parece que Jesus conhecia bem o egocentrismo humano. Tanto que diz o seguinte: "façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam" (Mateus 7:12, Nova Versão Internacional).
Ou seja, antes de agir com intolerância e desrespeito, que a gente se coloque no lugar do outro, como se aquilo que fazemos estivesse sendo feito a nós. E sejamos francos, quando é com os outros queremos juízo, condenação, quando somos nós queremos misericórdia e perdão.
Talvez essas coisas que disse acima já disse em algum momento nesse blog, mas fica a reflexão para 2018. Que seja um ano de mudanças, sonhos e também pés no chão.