(Ainda que possa parecer meio "sou escritor de livro" ou coisa do tipo, não posso deixar agradecer a Yohana por ter contribuído com esse post).
Nossos dias são repletos de informação. De diversas fontes, diversas opiniões e profundidades. O que antes era pouco e limitado para a maioria, agora existe até em "excesso". Das enciclopédias para o Google. Da pesquisa manual nos índices para as teclas e cliques. Como avançamos no quesito quantidade!
Porém, como alguns já enfatizam, quantidade não é necessariamente qualidade. Ao passo que temos muito, temos pouco. Pouco conteúdo aprofundado. Pouco explorado por quem disponibiliza assim como pouco procurado por quem lê. Vivemos um tempo que "vemos, logo compartilhamos" (fazendo uma adaptação a Descartes). Há um nível muito raso, novamente lembro das redes sociais, infelizmente também muitas vezes em nossos relacionamentos, nossos estudos e conteúdos que sabemos. Sabemos muito pouco de muitos assuntos e ficamos satisfeitos com isso.
Por que isso? Teoricamente não deveria ser o contrário? Maior disponibilidade, maior busca? (Sei que existem exceções e estou generalizando).
Mas talvez isso tenha relação com o pensar. Não só o pensar por pensar. O pensar de maneira profunda. Só se chega a informações profundas quando se pensa de maneira profunda. Pensar assim é um trabalho árduo e em nem sempre rápido. Em nossos dias tudo é muito rápido e "não temos tempo para isso". Penso que esse é um possível motivo para não buscarmos a fundo.
Vejo que uma das grandes capacidades do ser humano (se não for a maior) é pensar de forma crítica. Precisamos exercitar isso. (Infelizmente no Brasil não somos estimulados a pensar dessa forma, porque em muitos lugares, o questionar já é necessariamente afrontar e desrespeitar). Não acho que isso deva ocorrer de forma frenética, mas ao seu tempo. Cada um tem o seu. O importante talvez seja ter "fome" por pensar, por aprender. Assim deixaremos de nos contentar com o raso, estimularemos nosso pensamento crítico e quem sabe dessa forma, conseguiremos unir a quantidade à qualidade.