quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Por que nos contentamos com o raso?

(Ainda que possa parecer meio "sou escritor de livro" ou coisa do tipo, não posso deixar agradecer a Yohana por ter contribuído com esse post).

Nossos dias são repletos de informação. De diversas fontes, diversas opiniões e profundidades. O que antes era pouco e limitado para a maioria, agora existe até em "excesso". Das enciclopédias para o Google. Da pesquisa manual nos índices para as teclas e cliques. Como avançamos no quesito quantidade!
Porém, como alguns já enfatizam, quantidade não é necessariamente qualidade. Ao passo que temos muito, temos pouco. Pouco conteúdo aprofundado. Pouco explorado por quem disponibiliza assim como pouco procurado por quem lê. Vivemos um tempo que "vemos, logo compartilhamos" (fazendo uma adaptação a Descartes). Há um nível muito raso, novamente lembro das redes sociais, infelizmente também muitas vezes em nossos relacionamentos, nossos estudos e conteúdos que sabemos. Sabemos muito pouco de muitos assuntos e ficamos satisfeitos com isso. 

Por que isso? Teoricamente não deveria ser o contrário? Maior disponibilidade, maior busca? (Sei que existem exceções e estou generalizando). 
Mas talvez isso tenha relação com o pensar. Não só o pensar por pensar. O pensar de maneira profunda. Só se chega a informações profundas quando se pensa de maneira profunda. Pensar assim é um trabalho árduo e em nem sempre rápido. Em nossos dias tudo é muito rápido e "não temos tempo para isso". Penso que esse é um possível motivo para não buscarmos a fundo. 

Vejo que uma das grandes capacidades do ser humano (se não for a maior) é pensar de forma crítica. Precisamos exercitar isso. (Infelizmente no Brasil não somos estimulados a pensar dessa forma, porque em muitos lugares, o questionar já é necessariamente afrontar e desrespeitar). Não acho que isso deva ocorrer de forma frenética, mas ao seu tempo. Cada um tem o seu. O importante talvez seja ter "fome" por pensar, por aprender. Assim deixaremos de nos contentar com o raso, estimularemos nosso pensamento crítico e quem sabe dessa forma, conseguiremos unir a quantidade à qualidade. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Viver pelo medo.

Aviso: o post a seguir é um pouco diferente dos anteriores porque é um compilado de notas pessoais e o texto que fui redigindo com a leitura delas.

Há um tempo atrás comecei a perceber que em uma fase (ou boa parte) da minha vida estive vivendo pelo medo.
"Como assim?". Vivia momentos de forma artificial, não sendo totalmente quem sou, com medo em meu coração. Principalmente com medo de falhar, medo de não ser aceito, medo de me expor ao outro, medo de ser ferido.
Talvez a pressão de querer viver uma vida controlada e perfeita me fez ter muito medo de errar em minhas escolhas. Mas os dias foram se passando e percebi o quanto viver dessa forma estava me desgastando.
Estava me sentindo frustrado, decepcionado porque parecia que as coisas não estavam dando certo. Ou pelo menos não da forma que eu esperava.

Então não tenho medo de admitir que estou aprendendo a viver agora.

Viver de verdade. Sabendo que a vida não está sob o meu controle e que muitas coisas são descobertas com o caminhar.
Hoje parece que estou começando a respirar.
A pressão que havia (e há ainda) sobre meus ombros vai aos poucos sendo deixada para trás. Sei que isso tudo é um processo, que medos e traumas nem sempre saem de uma vez.
Mas parece que começo a entender de fato que a vida é semelhante a um quebra-cabeças (ainda que seja cliché isso. Aliás, se você já leu outros posts, deve saber que não ligo em usar clichés). Não é possível montar de uma vez, mas é preciso ir encaixando peça por peça.
Não preciso ter medo de não conseguir encaixar as peças na primeira tentativa. O importante é aprender como encaixá-las corretamente, independente do tempo que isso leve.

Hoje começo uma aventura chamada vida. Tentando deixar de viver pelo medo.