terça-feira, 24 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - 5 curiosidades rápidas (parte 2).

Eu escrevi algumas semanas atrás sobre 5 curiosidades rápidas e resolvi fazer a parte 2. E vamos direto ao ponto.

1- Nos fast-foods daqui eles cobram pelo molho (ketchup, mostarda) e também cobram se você quiser usar o banheiro. Fui no Burguer King uma vez e quando pedi o combo a moça perguntou se eu queria ketchup. Normalmente no Brasil eu peço e eles dão uns 3 sachês. Aí quando peguei meu recibo percebi que tinha um valor a mais, que era justamente o ketchup. Nesse mesmo dia, quando subi para ir ao banheiro, tinha uma catraca, parecido com o de rodoviária e lá estava um valor para manter o banheiro limpo. Bom, paciência né?! Nessas horas não tem muito o que fazer....
Obs: não vou me espantar se daqui um tempo no Brasil eles cobrarem pelo molho, em alguns lanches eles já fazem isso.

2- Nos mercados tem uma máquina para recolher garrafas de vidro. Praticamente em todo mercado perto da seção de bebidas existe uma máquina que você coloca os engradados e automaticamente ela recolhe e emite um papel com desconto para usar no mercado.

3- Nos mercados eles não dão saquinhos plásticos. Se você quiser, precisa comprar. Essa talvez não seja uma super curiosidade porque é uma prática muito comum fora do Brasil, mas mesmo assim vale a pena mencionar.

4- Existem sinais de trânsito específicos para bicicleta. Não lembro se eu já vi isso em São Paulo ou outras cidades, mas aqui junto com o sinal para pedestres também tem o sinal com símbolo de bicicleta.

5- A base da refeição holandesa é purê de batatas. Talvez essa seja uma das coisa que mais estranho, porque uma das coisas que mais gosto é arroz com feijão. Mas um prato típico holandês é o Stamppot, que é o purê de batatas com algum vegetal e normalmente acompanhado de almôndegas ou outra carne.

Fonte: Google (claro).
É isso, se tiver mais curiosidades postarei futuramente!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - "Minha casa".

(Esse era um dos posts que eu tinha planejado fazer antes de chegar em Amsterdam e deveria ser um dos primeiros. Como eu acabei gravando vídeo, esqueci de postar, mas antes tarde do que mais tarde.)

Algumas pessoas me perguntam como é o lugar que eu moro, se é um alojamento, se é um apartamento, se os quartos são divididos.
Bom, quando eu recebi a carta com algumas informações sobre a estadia em Amsterdam, fiquei sabendo que ficaria em um hotel estudantil, sei lá se existe isso no Brasil, mas é como se fosse um apart-hotel. O nome, The Student Hotel (uau...).
Aí fui procurar no Google, no Youtube e a primeira impressão que tive do lugar era bem boa. De fato, a proposta deles é muito interessante. A partir de agora vai ser um tipo de perguntas e respostas ok?

Como funciona o hotel?
Eles possuem 3 planos diferentes, o de 1 ano, para quem estudar em Amsterdam ou em outra cidade que eles possuem uma unidade, para fazer um mestrado ou algo do tipo; o plano de curto prazo, que é de duas semanas até 5 meses, para quem vai fazer algum curso de curta duração, esse aliás é o que estamos usando; e o convencional, que é para ficar alguns dias. Fora isso eles possuem tamanhos de quartos diferentes.

Existe alguma diferença entre esses planos?
A principal diferença acredito que é a permissão para usar a cozinha compartilhada. Um hóspede convencional não pode fazer uso dela. Aliás, cada andar é separado em duas alas e cada ala tem uma cozinha.

O quarto é individual?
Sim, graças a Deus. Quem me conhece sabe que eu preciso do meu espaço de paz.

E como é o seu quarto?
Na minha opinião o quarto tem o tamanho ideal, não é muito grande para acumular um monte de coisa e suficientemente grande para não se sentir sufocado. No quarto tem uma TV (que inclusive preciso pedir para arrumarem, só funciona um canal e é em holandês), uma cama de casal, uma escrivaninha, um armário e um banheiro. Ou seja, mais do que o suficiente para mim.

Como é essa cozinha compartilhada?
Lá na cozinha eles deixam para nós alguns utensílios básicos como frigideira, pratos, talheres, na verdade eu não sei o que realmente é do hotel e o que as pessoas compraram, mas tem bastante coisa boa lá. Tem 3 fogões, 2 fornos e 2 micro-ondas, 2 geladeiras e 2 freezers. Cada quarto tem um espaço reservado nas prateleiras da geladeira e do freezer e também tem uma bancada com espaço para cada quarto. Ah! Tem também uma máquina de lavar-louça que até hoje não vi funcionar e nem sei como mexe, aqui a gente lava à moda antiga mesmo. Outra coisa é que apanhei um pouco no começo para aprender a mexer no fogão e no forno, tive que queimar algumas comidas, estragar algumas coisa para aprender a mexer, fora a falta de habilidade natural que tenho na cozinha.

Onde você lava as roupas?
Tem uma lavandeira no sub-solo do hotel e lá tem máquina de lavar e secadora. Para cada vez que for lavar e secar é preciso pagar, mas desde que chegamos a máquina de cobrança está parada, ainda bem, uma coisa a menos para pagar. Já contei a experiência da primeira vez que fui lavar roupa em outro post.

Você está gostando do hotel?
Sim, fora esses motivos que já falei aqui em cima, ainda a internet daqui é muito boa, as pessoas que trabalham são amigáveis, o hotel disponibiliza uma bicicleta e também tem um estilo bem jovem, com espaços diferentes para ficar conversando, estudando. Perto do hotel tem alguns mercados, hospital, estação de metrô e tram. Então sem dúvida nenhuma, estou em um ótimo lugar!

Se você quiser mais informações, vou deixar o site do hotel aqui!
(Não, não estou recebendo nada por falar bem, até queria, mas infelizmente não estou.)

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Comunicação.

Estava reparando que uma das coisas que mais me deixa angustiado é quando tenho dificuldades em comunicar-me com alguém. É uma sensação de frustração bem grande. Já havia passado por isso algumas vezes no Japão 10 anos atrás, mas agora que parei para pensar nisso. (Aliás, não sei se já falei, mas aqui está sendo um bom tempo de reflexão).

Em todos os lugares que passei sempre ouvi e também falei algo do tipo “precisamos melhorar nossa comunicação” ou “vamos sempre deixar tudo claro”. Eu não sei o motivo, mas parece que às vezes simplesmente achamos que as pessoas conseguem entender o que queremos dizer com uma palavra só. Óbvio que nem sempre acontece. Se no Japão a dificuldade era de ser entendido, falava inglês mas não adiantava muito, aqui é diferente. O que angustia é que do nada ouço palavras soltas e a pessoa espera que eu entenda. Começo então um jogo de adivinhação, o que sinceramente me tira a paciência.

Claro, sei que existe a dificuldade com o idioma, que o jeito de pensar varia de cultura para cultura. Mas quando percebo que a pessoa não entendeu, tento explicar de outras formas, até mesmo desenhando e não esperando que a pessoa adivinhe o que quero dizer.

Enfim, passar por esse tipo de situação é bom porque dessa forma tento ficar mais atento na hora de me comunicar, a primícia é “nem sempre o que está claro para mim, está claro para o outro”. E assim vamos seguindo nessa vida com milhões de cabeças diferentes, tentando se comunicar de alguma forma, inclusive na base da adivinhação.

domingo, 1 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Inspiração.

Esse tempo que tenho vivido aqui na Holanda está sendo bastante especial e significativo. Como falei no post anterior um tempo de crescimento como pessoa e também de reflexão sobre a vida, sobre o futuro. Especialmente esse final de semana foi bastante interessante.
Eu e mais um amigo do Egito fomos visitar uma igreja protestante na comunidade de Son en Breugel. Na verdade são dois vilarejos diferentes, Son e Breugel, mas como são bem pequenos, eles juntaram e por isso é a igreja de Son "en" (e) Breugel. Acho que deu para entender né?!

Durante essa visita, antes de voltarmos para Amsterdam, passamos na cidade Eindhoven e fomos em um lugar chamado Hemelrijken que significa "Reino do Céu". Lá as pessoas que são moradoras de rua, pessoas com baixa renda, pessoas sozinhas podem ir, tomar um café, comer um pão, tomar sopa, descansar um pouco, encontrar alguém para conversar. Nós ficamos hospedados na casa da Thea, antiga coordenadora desse trabalho, ela ficou a frente durante 12 anos e contou um pouco da história.

Em 1996, o bairro era marginalizado, lugar de prostituição, viciados em drogas e então eles começaram esse projeto lá e com o tempo foram chamando a atenção da prefeitura para fazer melhorias na região. Hoje parece ser um lugar bastante diferente, várias residências, famílias. No começo poucas pessoas íam lá na semana, mas atualmente, em dias de frio mais intenso, são cerca de 80 pessoas que passam diariamente.

Tive a oportunidade de conversar com a atual coordenadora da casa. Ela disse algo que me impactou bastante, que ali eles tentam dar um pouco de dignidade para as pessoas, tentam mostrar que elas possuem valor, que não são o lixo da sociedade. E essa é a filosofia desde o começo, proporcionar para a pessoa que entra ali a "sensação de estar no Céu", mesmo que seja durante uma hora, durante um dia. Quem trabalha lá são voluntários e não estão para julgar o que a pessoa fez ou deixou de fazer, estão simplesmente para ouvir, conhecer, conversar. Nós temos um senso de julgamento muito afiado, ficamos dando palpites, se é bom ou se é ruim. Conhecer aquele lugar, me fez refletir, me fez ser um pouco mais humano e um pouco menos juiz.

Pessoas como a Thea e a atual coordenadora (que não entendi o nome), foram inspiradoras para mim. E como é importante ter pessoas que inspiram. Isso não é um papo de Bel Pesce, mas de fato, ter pessoas que de alguma forma te inspiram e ajudam a ir além é muito encorajador. Quem te traz inspiração?