sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O ser humano e a finitude.

(É engraçado como as ideias dos posts às vezes surgem das situações mais inusitadas. Esse por exemplo começou com uma descarga no vaso sanitário. Parece desnecessária essa informação, e talvez seja, mas vamos ao que interessa e veja você se foi ou não).

Com essa simples descarga comecei a pensar rapidamente quanta água é utilizada ali e lembrei que hoje temos descargas possuem duas possibilidades diferentes na quantidade de água porque há o discurso e a ideia de sustentabilidade. Mas imagino que quando inventaram a descarga, provavelmente não consideraram que a água era um recurso finito, e aí fomos usando, usando até percebermos que uma hora acaba.
Assim também com outros bens naturais, como a madeira, os animais, parece que o ser humano não pensava que uma hora acabaria, mas uma hora acaba, infelizmente acaba...

Pegando o exemplo dos animais, quantas espécies já não foram extintas por causa da caça? Quantas ainda não estão ameaçadas de extinção? (Lembro que quando eu era pequeno tinha tazos do chiclete Ping Pong com os animais com risco de extinção e esses dias atrás vi na TV falar sobre a arara-azul ou araraúna, que continua com esse risco. Anos passaram mas esses animais continuam sendo caçados para virarem troféus).

Parece-me que o ser humano muitas vezes perde seu senso de finitude.

Isso inclui a sua própria finitude. Nós temos dificuldade de lidar com ela. Muitas vezes não aceitamos ou não queremos aceitar, mas nós mesmos somos finitos. E precisamos considerar isso.
"Como assim?", "Por que pensar que um dia eu passarei?", "Que post melancólico e pessimista!".

Calma, estou falando isso porque pensar sobre poderá influenciar diretamente na forma na qual vivemos. (E esse é o ponto que considero mais importante aqui).

Quando penso que não viverei para sempre, começo a refletir melhor sobre o modo como estou vivendo.
Por saber que um dia morrerei penso que guardar rancor ou mágoas não vale a pena; me faz considerar que não devo deixar para depois me importar com o outro; que preciso cuidar do meio ambiente para as futuras gerações; que as pessoas são mais importantes que o dinheiro.
Ao meu ver, isso é viver de maneira mais intensa. Quando digo intensa, não estou dizendo inconsequente, muito pelo contrário, justamente por saber da minha finitude, entendo que preciso aproveitar de forma saudável sem querer encurtar minha vida por causa de um carpe diem.

Pensar sobre a minha finitude, me faz ter forças para levantar e viver um dia a mais valorizando a vida. A minha e a do outro. Como diz a letra da música do Legião Urbana: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã". Pense nisso e vamos tentar viver de uma forma que valha a pena! Cientes da finitude, mas com a esperança de viver bem!

(Agradecimento especial à Eleanor que me ajudou a pensar de forma esperançosa em face da finitude.)

2 comentários:

  1. Concordo totalmente. Esse post foi exatamente o que estava pensando antes de ir embora. É engraçado como muitas vezes perdemos a noção de nossa finitude.
    Achamos que iremos viver para sempre.

    Finalmente depois de sairmos do ventre, alcançamos nossa liberdade, nosso livre arbítrio. Podemos nadar, curtir, boiar e, por quê não, experimentar o carpe diem. Sim, do mesmo jeito que você disse.
    Mas é tudo passageiro. Salomão estava certo. Apenas corremos atrás do vento. No meu caso, atrás dos canos.
    Já Galileu nem tanto. Minha mente, que um dia se criou, vai enfim se perder por aí.

    Acho, na verdade, muita pretensão dos humanos em projetar um paraíso após o último suspiro, mas se esquecer de todo o resto.
    Afinal, quem disse que Deus também não me escolheu para morar ao lado dele após o seu puxão de descarga?

    Créditos: Cocô do Naka post mortem

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  2. Legal a reflexão, divertidíssimo o início. kkkkk

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