segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Assimilando a experiência.

Infelizmente hoje chega ao fim a série de posts sobre a experiência estudando fora. Durante os últimos dias refleti um pouco sobre o que aconteceu, o que vivi, o que aprendi.
Sem dúvida nenhuma foi um tempo muito fértil de aprendizado, de diversas formas, em diversas etapas e isso talvez se aplique a várias mudanças bruscas em nossa vida. 

A primeira etapa foi o vislumbre. Você chega lá, tudo é novo, é diferente, o meio de transporte, o mercado, o clima, as roupas que as pessoas vestem e o jeito delas serem. Posso comparar essa etapa ao estar apaixonado por alguém. Praticamente tudo é maravilhoso. Isso acontece principalmente no primeiro mês.

A segunda etapa foi a saudade. Depois de passar um pouco a euforia de morar fora do país, começa a aparecer a vontade de levar a vida como era antes, perto dos amigos, da família, falando em seu idioma nativo, comer sua comida tradicional preferida. Parece normal nessa etapa ficar um pouco desanimado e comparando criticamente as coisas até chegar a terceira etapa.

A terceira etapa foi a estabilidade. Foi-se a euforia, foi-se a saudade em seu momento mais crítico, agora chega a estabilidade. Você já se acostumou com a rotina, com parte da cultura, com falar em outro idioma, já achou meios de se sentir um pocuo mais em casa, como por exemplo, indo em lugares com produtos brasileiros. Essa etapa é a de seguir em frente, viver uma vida nova. Talvez posso comparar ela com a maturidade. Mesmo que você não se sinta um nativo daquele lugar, já não se sente tão estranho. 
Uma das coisas que me impactou foi a fala de um brasileiro que está há 20 anos em Amsterdam. Quando ele me disse o tempo que estava lá eu brinquei dizendo "Já é praticamente um holandês então". E ele me respondeu "Ninguém vira holandês. Ninguém vira brasileiro". Em um primeiro momento pareceu um pouco rude, mas depois parei para pensar que realmente faz muito sentido. Não tem como se tornar alguém anulando totalmente sua origem. Sempre carregaremos conosco o lugar de onde viemos, mesmo que estejamos ambientalizados com o lugar atual.

Enfim, tudo está bastante fresco ainda e talvez eu consiga assimilar mais coisas com o passar do tempo. Mas depois da primeira semana no Brasil, essas foram algumas percepções que tive.
Encerro aqui uma sessão desse blog. Em parte triste porque os três meses passaram muito rápido, mas bastante entusiasmado com os desafios que estão pela frente.

Obrigado por ler até aqui e espero te ver no próximo post!

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - E o despertador tocou...

Esse provavelmente será o penúltimo post da série Sonhando acordado: Amsterdam. Penúltimo porque depois que voltar ao Brasil pretendo escrever mais um sobre a volta, etc.
Quero deixar claro que aqui estou falando da minha experiência, não é uma regra universal, cada pessoa pode reagir diferente mesmo com situações semelhantes.
Feitas essas considerações, vamos aos post.

Terça de manhã acordei mais cedo do que precisava, olhei no relógio e marcava 05:25 da manhã. Acordei meio assustado por causa do sonho que tive.

Sonhei que estava estudando fora do Brasil, mais especificamente em Amsterdam, Holanda. O motivo de ser na Holanda? Não faço ideia. As únicas coisas que sabia sobre esse país era que eles nos eliminaram na penúltima Copa do Mundo e na última ganharam de nós a terceira colocação. Ou seja, não eram boas recordações.
Não é fácil definir em poucas palavras como foi o sonho, mas lembro de algumas coisas marcantes...

Pela primeira vez na vida, tive que me virar em um lugar totalmente estranho, com pessoas desconhecidas em um idioma que não era o meu nativo. Sim, antes tive algumas experiências parecidas, como por exemplo, no Japão, quando viajei sozinho sem saber falar japonês, ou então quando fui para Porto Alegre, lugar que não tinha nenhum conhecido. Porém, essas experiências duraram apenas alguns dias, em Amsterdam foram meses.

Precisei dar a cara para bater, tive que aprender sobre a cultura da cidade. As pessoas pareciam que sempre estavam com pressa, bicicletas para cima e para baixo, um caos. Também precisei arriscar, falar sem medo de errar ou não ser compreendido. Várias vezes senti meu inglês insuficiente, mas não tinha outra escolha.

O dinheiro que recebi para estudar era limitado e foi uma vida bastante simples, sem regalias, tudo para aprender a gerenciar a quantia que tinha. A regra era: é barato e não vai me matar? Está ótimo!

Porém, talvez o ponto mais difícil foram as amizades. Eu já sabia que não sou uma pessoa extrovertida que faz um amigo a cada aperto de mão. Então precisei me esforçar um pouco. E aí descobri um pouco mais sobre meus paradoxos. Gosto de ter amigos a minha volta, mas nem sempre, porque preciso de meus momentos sozinho. Ao mesmo tempo, ficar sozinho por muito tempo, desgasta e cria uma sensação estranha de isolamento. Já ouvi sobre tentar se envolver com as pessoas de forma profunda, mas isso é mais complexo do que parece. Primeiro porque a outra pessoa precisa pensar a mesma coisa, segundo porque, pelo menos para mim, amizade não se força, surge. E sinceramente, não sei explicar como.

Por outro lado, mesmo com algumas dificuldades, aprendi um pouco mais sobre ser humano, ser alguém de carne e osso. Alguém que tem apreço pela vida e tenta aproveitar de forma equilibrada. Aprendi um pouco mais sobre minha própria identidade e jeito de ser.
Fiz amigos sim, conheci pessoas com histórias incríveis, com realidades e formas de ver o mundo totalmente diferentes de mim. Isso me acrescentou muito como pessoa.
Visitei lugares incríveis, com arquitetura antiga, arquitetura moderna, parques, fazendas, moinhos de vento, canais, museus, zoológico. Tudo de forma bastante tranquila e segura. O que gerou outro paradoxo, a vontade de ficar com a vontade de voltar para o Brasil.

Talvez essa seja a principal questão para quem mora fora do Brasil depois de ter crescido nele. Em termos de economia, segurança e política é bastante desanimador. Só que se tratando de língua, amigos, família, comida, é bastante difícil não ter saudades.
Outros questionamentos surgem: então o que é melhor? Simplesmente arrumar as malas e sair do país para sempre ou ficar e tentar construir um lugar melhor? O que pesa mais?
Óbvio que não tenho respostas para isso ainda, não é uma decisão fácil de se tomar tanto porque também é preciso portas abertas para morar fora.

Eu já tinha ouvido e lido sobre paradoxos pelo meu professor Jonathan Menezes, mas nesse sonho, os percebi melhor em minha vida.

Depois de lembrar desses pontos, o sono bateu, como ainda era cedo, resolvi voltar a dormir. 

7:15 o despertador tocou... Acordei e percebi que tudo aquilo era real.

domingo, 12 de novembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Memórias de um país que sofreu na II Guerra Mundial.

AVISO: Esse post será um pouco mais longo que de costume. Mas tenha paciência, espero que seja interessante. 

Há alguns meses atrás li o Diário de Anne Frank e comentei um pouco sobre o que achei. Semana passada tive a oportunidade de visitar o escritório na qual ela e seus familiares ficaram refugiados durante 2 anos. Lugar que hoje é o museu Anne Frank. 
Infelizmente não é possível tirar fotos lá de dentro, mas parece que o museu foi feito de maneira bastante cuidadosa para ir gradativamente revelando a tensão vivida pelos judeus. Inicialmente conta um pouco sobre a família de Anne, alguns retratos e depois começa falando sobre a invasão nazista, a discriminação sofrida até que em um determinado momento, Margot, a irmã de Anne Frank recebe uma convocação. Ali começava o terror.

A medida que vamos subindo os andares e descobrindo o esconderijo, vemos nas paredes frases de Anne, ilustrações de como eram os cômodos, notícias dos jornais, alguns objetos que eles tinham, o que literalmente materializa o que lemos no livro. A sensação é extremamente estranha. Os cômodos vão diminuindo, assim como o tempo dos habitantes do Anexo Secreto. Um dos últimos lugares visitados no esconderijo é o quarto de Peter, aquele que Anne se aproximou mais nos últimos meses antes de serem descobertos, um lugar muito pequeno, quase no ático. Por fim, andamos para outro espaço, que fala sobre o destino de cada um dos refugiados. Ali, alternamos momentos de tristeza e pesar por quem faleceu rapidamente em um campo de concentração, com admiração por quem sobreviveu e lutou para que o Diário fosse publicado. Antes da saída, vários depoimentos de pessoas que leram o Diário e foram inspirados por Anne, impossível não se emocionar e refletir sobre a violência que somos capazes
Quarto de Anne no Anexo Secreto. Fonte: cademinhamala.com
Além de visitar um lugar icônico na II Guerra Mundial, passei por outros dois lugares que vivenciaram de perto terror e tristeza e que hoje guardam memórias. Um pequeno vilarejo ao leste da Holanda chamado Elst e uma cidade ao sul, Rotterdam.

Igreja de Elst atualmente.
Em Elst existe uma bela Igreja que desde o século I é um lugar sagrado. No ano 50 dC os romanos construíram um templo, que por causa de uma rebelião os batavos (moradores da região) foi destruído. Por volta do ano 100 dC reconstruíram um templo maior que durou até o século III. No século VIII o lugar foi novamente importante, dando lugar a uma Igreja cristã. Com o passar do tempo ela foi sendo ampliada até que no século XV, foi reconstruída com uma característica gótica.
Igreja bombardeada em Elst.
Fonte: romeinselimes.nl 

Na II Guerra, como a região de Elst faz fronteira com a Alemanha, foi um lugar de resistência contra os nazistas, consequentemente, o vilarejo foi castigado com bombardeios. A Igreja foi bombardeada em 1944. Somente em 1953 ela foi reconstruída e nesse período de reconstrução que foram descobertos os vestígios das construções anteriores. Hoje existe um museu na Igreja que mostra a história daquele espaço.  

Rotterdam também é outra cidade que viveu de forma significativa os prejuízos da Guerra. Ela foi bombardeada em 1940 e uma escultura expressa o sentimento das pessoas. O artista que fez a escultura se baseou em sua chegada a cidade destruída em 1946.   

Estátua "A cidade destruída" de Ossip Zadkine.
Hoje Rotterdam é uma das cidades mais bonitas da Holanda, contando com um design bastante moderno. Quem vê a cidade hoje, sem saber de seu passado, pode não imaginar que este mesmo lugar tão belo já sofreu uma grande devastação. 
Ponte Erasmus em Rotterdam.
Por não ter vivenciado a Guerra, ter passado por esses lugares foi bastante impactante. Ao mesmo tempo que dói ver vestígios da história, da crueldade das pessoas, me faz refletir sobre a importância do respeito, do diálogo e da tolerância. Talvez esse seja um dos motivos que faz a Holanda ser bastante receptiva com estrangeiros, as memórias de um país que sofreu na II Guerra.

domingo, 5 de novembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Contrastes.

Esses dias atrás estava preparando uma apresentação sobre o Brasil e pensei nos contrastes que temos. Por exemplo em São Paulo, o centro comercial do Brasil, prédios altos e muito capital circulando por ali. Ao mesmo tempo, na mesma cidade, vemos favelas com pessoas vivendo com o mínimo possível.

Aqui na Holanda também encontrei contrastes. Em Amsterdam a vida é bem movimentada especialmente no centro. Pessoas por todos os lados, bicicletas, carros, trams, barulho, idiomas diferentes tudo tentando dividir o mesmo espaço. Mas quando nos distanciamos um pouco e encontramos um parque, parece outro mundo. Bastante verde, uma paisagem bastante agradável, pessoas levando seus animais para passear, famílias. 
Centro de Amsterdam 18:00 de uma sexta-feira. Clique para ampliar
Sloterpark em Amsterdam. Clique para ampliar
E esse contraste vai além quando vamos para o interior. Tive a oportunidade em visitar uma região de criação de vacas leiteiras e os pequenos vilarejos quase me confundiram por um momento, me fazendo imaginar que estava no interior do Brasil. E ainda nesse final de semana fui para um pequeno vilarejo no leste da Holanda, um lugar bastante calmo, quieto, tranquilo. (Talvez seja ignorância minha pensar que a Holanda existiam somente cidades agitadas como Amsterdam. E é óbvio que também no Brasil esse contraste cidade x interior existe, mas aqui para mim é um pouco diferente porque em Amsterdam vejo gente de diversas partes do mundo, coisa que não vejo na minha realidade no Brasil). 

Interior da Holanda. Clique para ampliar
Mas fato é que a vida também passa por esses contrastes. Em alguns momentos vivemos momentos de bastante euforia, atividades, compromissos e quase não temos tempo para respirar. Em outros nossa rotina é mais cadenciada, algo um pouco mais flexível e fluido.É válido tentarmos identificar em qual momentos estamos e assim tentar desfrutar melhor o tempo que temos.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - 5 curiosidades rápidas (parte 2).

Eu escrevi algumas semanas atrás sobre 5 curiosidades rápidas e resolvi fazer a parte 2. E vamos direto ao ponto.

1- Nos fast-foods daqui eles cobram pelo molho (ketchup, mostarda) e também cobram se você quiser usar o banheiro. Fui no Burguer King uma vez e quando pedi o combo a moça perguntou se eu queria ketchup. Normalmente no Brasil eu peço e eles dão uns 3 sachês. Aí quando peguei meu recibo percebi que tinha um valor a mais, que era justamente o ketchup. Nesse mesmo dia, quando subi para ir ao banheiro, tinha uma catraca, parecido com o de rodoviária e lá estava um valor para manter o banheiro limpo. Bom, paciência né?! Nessas horas não tem muito o que fazer....
Obs: não vou me espantar se daqui um tempo no Brasil eles cobrarem pelo molho, em alguns lanches eles já fazem isso.

2- Nos mercados tem uma máquina para recolher garrafas de vidro. Praticamente em todo mercado perto da seção de bebidas existe uma máquina que você coloca os engradados e automaticamente ela recolhe e emite um papel com desconto para usar no mercado.

3- Nos mercados eles não dão saquinhos plásticos. Se você quiser, precisa comprar. Essa talvez não seja uma super curiosidade porque é uma prática muito comum fora do Brasil, mas mesmo assim vale a pena mencionar.

4- Existem sinais de trânsito específicos para bicicleta. Não lembro se eu já vi isso em São Paulo ou outras cidades, mas aqui junto com o sinal para pedestres também tem o sinal com símbolo de bicicleta.

5- A base da refeição holandesa é purê de batatas. Talvez essa seja uma das coisa que mais estranho, porque uma das coisas que mais gosto é arroz com feijão. Mas um prato típico holandês é o Stamppot, que é o purê de batatas com algum vegetal e normalmente acompanhado de almôndegas ou outra carne.

Fonte: Google (claro).
É isso, se tiver mais curiosidades postarei futuramente!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - "Minha casa".

(Esse era um dos posts que eu tinha planejado fazer antes de chegar em Amsterdam e deveria ser um dos primeiros. Como eu acabei gravando vídeo, esqueci de postar, mas antes tarde do que mais tarde.)

Algumas pessoas me perguntam como é o lugar que eu moro, se é um alojamento, se é um apartamento, se os quartos são divididos.
Bom, quando eu recebi a carta com algumas informações sobre a estadia em Amsterdam, fiquei sabendo que ficaria em um hotel estudantil, sei lá se existe isso no Brasil, mas é como se fosse um apart-hotel. O nome, The Student Hotel (uau...).
Aí fui procurar no Google, no Youtube e a primeira impressão que tive do lugar era bem boa. De fato, a proposta deles é muito interessante. A partir de agora vai ser um tipo de perguntas e respostas ok?

Como funciona o hotel?
Eles possuem 3 planos diferentes, o de 1 ano, para quem estudar em Amsterdam ou em outra cidade que eles possuem uma unidade, para fazer um mestrado ou algo do tipo; o plano de curto prazo, que é de duas semanas até 5 meses, para quem vai fazer algum curso de curta duração, esse aliás é o que estamos usando; e o convencional, que é para ficar alguns dias. Fora isso eles possuem tamanhos de quartos diferentes.

Existe alguma diferença entre esses planos?
A principal diferença acredito que é a permissão para usar a cozinha compartilhada. Um hóspede convencional não pode fazer uso dela. Aliás, cada andar é separado em duas alas e cada ala tem uma cozinha.

O quarto é individual?
Sim, graças a Deus. Quem me conhece sabe que eu preciso do meu espaço de paz.

E como é o seu quarto?
Na minha opinião o quarto tem o tamanho ideal, não é muito grande para acumular um monte de coisa e suficientemente grande para não se sentir sufocado. No quarto tem uma TV (que inclusive preciso pedir para arrumarem, só funciona um canal e é em holandês), uma cama de casal, uma escrivaninha, um armário e um banheiro. Ou seja, mais do que o suficiente para mim.

Como é essa cozinha compartilhada?
Lá na cozinha eles deixam para nós alguns utensílios básicos como frigideira, pratos, talheres, na verdade eu não sei o que realmente é do hotel e o que as pessoas compraram, mas tem bastante coisa boa lá. Tem 3 fogões, 2 fornos e 2 micro-ondas, 2 geladeiras e 2 freezers. Cada quarto tem um espaço reservado nas prateleiras da geladeira e do freezer e também tem uma bancada com espaço para cada quarto. Ah! Tem também uma máquina de lavar-louça que até hoje não vi funcionar e nem sei como mexe, aqui a gente lava à moda antiga mesmo. Outra coisa é que apanhei um pouco no começo para aprender a mexer no fogão e no forno, tive que queimar algumas comidas, estragar algumas coisa para aprender a mexer, fora a falta de habilidade natural que tenho na cozinha.

Onde você lava as roupas?
Tem uma lavandeira no sub-solo do hotel e lá tem máquina de lavar e secadora. Para cada vez que for lavar e secar é preciso pagar, mas desde que chegamos a máquina de cobrança está parada, ainda bem, uma coisa a menos para pagar. Já contei a experiência da primeira vez que fui lavar roupa em outro post.

Você está gostando do hotel?
Sim, fora esses motivos que já falei aqui em cima, ainda a internet daqui é muito boa, as pessoas que trabalham são amigáveis, o hotel disponibiliza uma bicicleta e também tem um estilo bem jovem, com espaços diferentes para ficar conversando, estudando. Perto do hotel tem alguns mercados, hospital, estação de metrô e tram. Então sem dúvida nenhuma, estou em um ótimo lugar!

Se você quiser mais informações, vou deixar o site do hotel aqui!
(Não, não estou recebendo nada por falar bem, até queria, mas infelizmente não estou.)

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Comunicação.

Estava reparando que uma das coisas que mais me deixa angustiado é quando tenho dificuldades em comunicar-me com alguém. É uma sensação de frustração bem grande. Já havia passado por isso algumas vezes no Japão 10 anos atrás, mas agora que parei para pensar nisso. (Aliás, não sei se já falei, mas aqui está sendo um bom tempo de reflexão).

Em todos os lugares que passei sempre ouvi e também falei algo do tipo “precisamos melhorar nossa comunicação” ou “vamos sempre deixar tudo claro”. Eu não sei o motivo, mas parece que às vezes simplesmente achamos que as pessoas conseguem entender o que queremos dizer com uma palavra só. Óbvio que nem sempre acontece. Se no Japão a dificuldade era de ser entendido, falava inglês mas não adiantava muito, aqui é diferente. O que angustia é que do nada ouço palavras soltas e a pessoa espera que eu entenda. Começo então um jogo de adivinhação, o que sinceramente me tira a paciência.

Claro, sei que existe a dificuldade com o idioma, que o jeito de pensar varia de cultura para cultura. Mas quando percebo que a pessoa não entendeu, tento explicar de outras formas, até mesmo desenhando e não esperando que a pessoa adivinhe o que quero dizer.

Enfim, passar por esse tipo de situação é bom porque dessa forma tento ficar mais atento na hora de me comunicar, a primícia é “nem sempre o que está claro para mim, está claro para o outro”. E assim vamos seguindo nessa vida com milhões de cabeças diferentes, tentando se comunicar de alguma forma, inclusive na base da adivinhação.

domingo, 1 de outubro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Inspiração.

Esse tempo que tenho vivido aqui na Holanda está sendo bastante especial e significativo. Como falei no post anterior um tempo de crescimento como pessoa e também de reflexão sobre a vida, sobre o futuro. Especialmente esse final de semana foi bastante interessante.
Eu e mais um amigo do Egito fomos visitar uma igreja protestante na comunidade de Son en Breugel. Na verdade são dois vilarejos diferentes, Son e Breugel, mas como são bem pequenos, eles juntaram e por isso é a igreja de Son "en" (e) Breugel. Acho que deu para entender né?!

Durante essa visita, antes de voltarmos para Amsterdam, passamos na cidade Eindhoven e fomos em um lugar chamado Hemelrijken que significa "Reino do Céu". Lá as pessoas que são moradoras de rua, pessoas com baixa renda, pessoas sozinhas podem ir, tomar um café, comer um pão, tomar sopa, descansar um pouco, encontrar alguém para conversar. Nós ficamos hospedados na casa da Thea, antiga coordenadora desse trabalho, ela ficou a frente durante 12 anos e contou um pouco da história.

Em 1996, o bairro era marginalizado, lugar de prostituição, viciados em drogas e então eles começaram esse projeto lá e com o tempo foram chamando a atenção da prefeitura para fazer melhorias na região. Hoje parece ser um lugar bastante diferente, várias residências, famílias. No começo poucas pessoas íam lá na semana, mas atualmente, em dias de frio mais intenso, são cerca de 80 pessoas que passam diariamente.

Tive a oportunidade de conversar com a atual coordenadora da casa. Ela disse algo que me impactou bastante, que ali eles tentam dar um pouco de dignidade para as pessoas, tentam mostrar que elas possuem valor, que não são o lixo da sociedade. E essa é a filosofia desde o começo, proporcionar para a pessoa que entra ali a "sensação de estar no Céu", mesmo que seja durante uma hora, durante um dia. Quem trabalha lá são voluntários e não estão para julgar o que a pessoa fez ou deixou de fazer, estão simplesmente para ouvir, conhecer, conversar. Nós temos um senso de julgamento muito afiado, ficamos dando palpites, se é bom ou se é ruim. Conhecer aquele lugar, me fez refletir, me fez ser um pouco mais humano e um pouco menos juiz.

Pessoas como a Thea e a atual coordenadora (que não entendi o nome), foram inspiradoras para mim. E como é importante ter pessoas que inspiram. Isso não é um papo de Bel Pesce, mas de fato, ter pessoas que de alguma forma te inspiram e ajudam a ir além é muito encorajador. Quem te traz inspiração?

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - O lado difícil do intercâmbio

Depois das primeiras semanas a gente percebe que o intercâmbio também tem seu lado difícil. Claro, nem tudo são flores. E às vezes a gente até sabe disso, mas na prática é diferente.
Isso varia bastante de pessoa para pessoa, algumas sentem o golpe mais cedo, outras mais tarde, só que inevitavelmente o golpe vem.


Calma, não estou em desespero, depressão ou qualquer coisa do tipo. Estou muito bem, obrigado.


Só que é óbvio que a gente sente em alguns momentos saudade de casa, saudade da família, dos amigos, da comida, isso é totalmente normal e talvez uma das coisas mais difíceis (ainda mais quando você vê fotos de comida japonesa ou de um cachorro-quente do Arnaldo passando na timeline).


Uma coisa que estive pensando nesses dias é que nós somos bombardeados com informações novas, um idioma novo, uma cultura nova, um estilo de ensino diferente, fora os conceitos que ainda não estudei e às vezes me deixam um pouco no ar nas aulas. Mas é justamente esse bombardeio que faz com que o crescimento aconteça. Até um mês atrás estava no conforto da minha casa apenas sonhando como seria, agora estou vivendo e viver, nesse caso, significa arriscar, se expor, sair do que é cômodo e familiar. 



E acredito que quem vive uma experiência dessas pode passar por momentos meio complicados, de aperto, mas o crescimento como pessoa é enorme. Então é claro que o intercâmbio tem seu lado difícil, assim como outras mudanças que acontecem, mas não tenho dúvidas que são momentos passageiros com experiências que serão levadas pelo resto da vida

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - 5 Curiosidades rápidas.

Sempre acho legal saber um pouco sobre curiosidades de outro país, então vou postar a medida que for descobrindo coisas. Hoje, 5 curiosidades sobre a Holanda!

- Os holandeses são altos. No Brasil eu já tenho a sensação de não ser alto, mas aqui é diferente, me sinto muito baixo. Outro dia na universidade eu sentei em um sofá e meus pés não encostaram no chão, faltava acho que quase uns 10 cm. Fora que quando entro no trem parece que vou ser esmagado.

- Na Holanda eles não almoçam de verdade. A pausa do almoço é apenas para comer um pão, uma salada ou algo do tipo e logo eles já voltam para o trabalho.

- Os holandeses saem mais cedo do trabalho. Um holandês me disse que eles trabalham das 8 hàs 17h, mas isso justamente porque não almoçam.

- Venta muito aqui. Quando eu falo de ventar muito, não é um ventinho qualquer, mas aqueles de quebrar facilmente guarda-chuva e quase te derrubar. Não sei como as pessoas andam de bicicleta com esse vento.

- Poucos lugares aceitam cartão pré-pago de viagem. Quando fui para os EUA em 2013, pagava praticamente tudo com o cartão pré-pago e quando chegamos aqui recebemos um. Imaginei que todos os lugares aceitavam, mas quando fui fazer a primeira compra fui barrado. Ainda bem que tinha dinheiro, senão teria que ir no caixa eletrônico para sacar. Apenas as lojas maiores e internacionais aceitam, mesmo nos supermercados ou é cartão de débito ligado à conta corrente aqui ou é no dinheiro.

Os dias estão um pouco corridos, mas tentarei não deixar de postar, já foram quase 3 semanas aqui! O tempo está voando!

domingo, 10 de setembro de 2017

Sonhando acordardo: Amsterdam - Adaptação e experiências.

Depois de uma semana em Amsterdam, aos poucos a adaptação está acontecendo. Mas vou escrever sobre algumas coisas que me chamaram a atenção nesses dias.

Em alguns aspectos aqui me lembra um pouco São Paulo. Às vezes o dia começa com o tempo aberto, sol, mas logo o céu fecha e chove, depois para, abre, fecha e chove de novo, então um item indispensável na mochila é o guarda-chuva. Também porque aqui a gente vê pessoas com diversos traços étnicos no metrô, cada um falando uma língua.

Para nós brasileiros, alguns sons da língua holandesa não são muito fáceis, mas apesar disso, minha supervisora disse que no holandês, assim como no português, você lê todas as letras. A questão é saber pronunciar. E o jeito holandês é bastante curioso, eles são bem diretos, fazem críticas, dão broncas, mas as discussões não são levadas para o pessoal. Isso acho que é algo que nós latinos podemos aprender, porque assim, com certeza teríamos muito menos problemas de relacionamento.

No quesito segurança, sei que existem críticas sobre a cidade ter o consumo de drogas liberado, a prostituição legalizada por causar marginalidade, perigo, mas apesar disso, percebi que a cidade é bastante segura. A gente vê crianças pequenas indo no mercado comprar coisas, hoje mesmo vi um menino que aparentava ter uns 10 anos andando de metrô tranquilamente com seu Iphone. Ou seja, em um olhar simples, as drogas e a prostituição aqui não parecem estar relacionadas com a criminalidade. (Que fique claro, não estou defendendo isso no Brasil, é apenas algo que achei curioso).

Experiências

- Ontem pela primeira vez joguei bola aqui. Foi bastante engraçado porque tinha no mesmo jogo italianos, americanos, holandeses e eu. Jogamos em um campo bem zoado porque tinha partes com bastante lama. E ainda mais porque tinha uns caras jogando com calça jeans, tênis de corrida. Foi um show de horrores, mas pelo menos deu pra divertir um pouco. (Ainda preciso dar um jeito de limpar minha chuteira).

- Hoje fui lavar roupa e quase tive problemas. Na hora de ajustar a temperatura e o tempo, existem 3 modos. O Koud que é por volta dos 40 graus e 40 minutos, o Warm que é 60 graus e 40 minutos e o Heet que é 95 graus e 50 minutos. Quando perguntei para o cara da recepção ele disse para usar o Koud para roupas casuais e o Warm para toalhas, meias, isso era o suficinte, porque se fosse mais quente poderia encolher as roupas. Adivinhem qual que acabei colocando? Exato! No Heet! Entrei em desespero porque não conseguia parar a máquina, apertei todos os botões, tentei abrir a tampa. Fui na recepção para pedir ajuda e nem a mulher conseguiu desligar. Tive que ficar esperando e torcendo para a roupa não encolher. Ainda bem que não tive problemas, mas estava seriamente preocupado em ter que comprar outras roupas, porque aqui não é muito barato. O que me consolava é que caso tivesse que descartar, ainda dava para sobreviver com as que não estavam lá dentro. No fim deu tudo certo e aprendi que é melhor primeiro selecionar a temperatura com calma para depois apertar Start.

- E também hoje foi dia de tentar cozinhar. Acho que essa eu nem preciso falar que foi um desastre né?! Eu não sabia mexer no fogão, comprei tomate inteiro achando que era molho, coloquei macarrão demais, e óbvio, ficou horrível.

Apesar de tudo, sei que normalmente o começo é assim mesmo, a gente apanha bastante, mas espero não precisar de muito tempo para parar de apanhar um pouco.

domingo, 3 de setembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - A viagem e as impressões do primeiro dia.

Esse post não terá um texto sobre o que eu achei, como deu tempo resolvi fazer um vídeo rápido sobre a viagem e as primeiras impressões, confere aí! (Obs: não repara que a edição é bem simples e desculpa o meu cabelo rs).

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - The time has come!

Enfim chegou o dia! Um tempo para ficar na memória!

Logo estarei conhecendo outras culturas, outra rotina, outro idioma e é claro que são muitas as expectativas e incertezas: será que vou conseguir me adaptar rápido? E as pessoas como serão? Meu inglês é suficiente? Meu projeto está bom? Estou levando os materiais certos?

Mas agora não tem mais volta, o desafio já foi aceito e está na hora de encará-lo. 

Foto: Eurovoix

O frio na barriga aumenta e sei que a responsabilidade é grande. Quero poder corresponder da melhor forma possível. Não, não é discurso pronto de jogador de futebol, é aquilo que tenho pensado durante esses últimos meses desde que fiquei sabendo que havia sido escolhido.

Levo em minha bagagem a torcida da minha família e amigos e agora é "Daag! Tot ziens, Brazilië!" ("Até logo Brasil!")


sábado, 19 de agosto de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Inspira, expira, inspira, expira.

ESTÁ CHEGANDO! Em Setembro embarcarei para a tão esperada viagem! Particularmente, estava me considerando bem tranquilo até então, mas nesse último mês o mundo está virando de cabeça para baixo e estou tentando, como disse no último post sobre a preparação, contornar a ansiedade.

"Credo Felipe, se eu fosse você estaria só na alegria. O que te deixa tão ansioso?"

A primeira coisa é que é algo novo e de maneira geral, o que é novo assusta um pouco. Existe a questão da língua, ainda que eu esteja estudando inglês, não é minha língua materna e isso traz um pouco de insegurança. E também comecei a estudar um pouco de holandês essa semana e não, eu não deixei para estudar na última hora por vontade própria, o curso que estou fazendo só abriu agora. Claro que uma língua nova não se aprende da noite para o dia e por mais que eu vá usar basicamente o inglês lá, saber um pouco de holandês pode ser uma boa.

A segunda coisa é que parte das minhas responsabilidades no Brasil continuam. Isso quer dizer que tenho corrido com trabalhos, provas, relatórios e principalmente, o TCC. Lá também vou ter afazeres e um deles será falar sobre o meu contexto no Brasil, vou precisar montar uma apresentação. Com isso vem junto a responsabilidade de representar minha faculdade. Fiz uma pequena tabela com as atividades que preciso cumprir, mas ainda fica uma sensação de "será que estou esquecendo algum trabalho?".

Essa sensação de estar esquecendo alguma coisa é horrível. Para de fato não esquecer nada, fiz um check list do que preciso levar/fazer antes de ir. Isso inclui exames médicos, comprar remédios básicos, renovação da carteira de motorista e levar um dinheiro de reserva. A maioria dessas coisas já consegui fazer, graças a Deus.

Por isso, se eu estiver meio estranho (mais do que o normal) peço a sua compreensão. Muitas coisas passam pela minha cabeça ao mesmo tempo, mas prometo que é temporário.
Apesar de tudo, sinto como diz a sessão do blog como se estivesse sonhando acordado e escolhi esse título porque me identifico um pouco com essa música:


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Estamos perdendo a noção?

Alguns pensamentos ficaram borbulhando na minha cabeça e quis escrevê-los aqui. Por isso vai um post curto e sem muitas pretenções além de perguntar. 

Hoje tivemos a confirmação da ida de Neymar para o Paris Saint Germain pelo valor de 820 milhões de reais ou 222 milhões de euros e isso fez dele o jogador com a transferência mais cara da história do futebol. Essa mudança desde algumas semanas atrás têm dado o que falar. Primeiro era, "Neymar deve ir? Deve ficar?" e agora é "Será que Neymar vai dar certo no PSG?". Expeculações e mais expeculações.
Mas o que me chamou a atenção foi o valor pago por um jogador de futebol e há algum tempo tenho começado a questionar se nós estamos perdendo a noção da realidade. R$ 820 milhões! É muita coisa!

Você pode até falar "o dinheiro é do clube, deixa eles gastarem da forma que eles quiserem!". Ok, só que você já percebeu que temos outras coisas que parecem estar passando dos limites? Não?

Vá em algum restaurante que abriu entre 2016 e 2017, provavelmente vai ter algum prato "gourmetizado". Hamburguer, pastel, comida japonesa, açaí e parece que a última moda é churros. Não vou ser hipócrita, assumo, eu como essas coisas também e são boas. Mas onde vamos parar?
Comecei a pensar, quando foi que começamos a perder a noção das coisas? O que consegui lembrar que para mim foi absurdo foi do Big Brother Brasil. Trancamos pessoas em uma casa e ficamos assistindo elas... viverem.

Além disso, vamos olhar para a situação do nosso país. Estamos vivendo dias que os políticos fazem o que querem e a gente só assiste. É quase um Big Brother da Câmara e nesse a gente nem vota para eliminar, pelo contrário, votamos para continuarem ali, deixando eles fazerem o que querem. Isso me entristece profundamente...

Por que fazemos isso? Por que somos assim? Por que não temos limites?
E pior, aonde vamos parar? Se é que um dia vamos... 


terça-feira, 11 de julho de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Preparação.

Quando falo que irei para Amsterdam fazer intercâmbio várias pessoas me perguntam sobre como está a minha preparação. No fundo é um pouco difícil saber exatamente como se preparar quando se é a primeira vez. Aí ao mesmo tempo bate uma mistura de insegurança com otimismo. Insegurança porque parece que não é o suficiente e otimismo porque acredito que não vou morrer de fome ou sede e vai ser uma experiência muito boa lá.
Uma boa vantagem que existe hoje em comparação com algumas décadas atrás são os recursos tecnológicos: vídeos no Youtube, Google Maps, aplicativos de lugares para ir, site da universidade, dicionários no celular, etc. Isso de certa forma traz um pouco mais de segurança, ainda que na vida real as coisas sejam meio diferentes. 
Mas, vou ser um pouco mais específico e contar como está sendo minha preparação. Estou tentando me preparar da forma mais ampla que consigo.

Como já sei o local em que ficarei hospedado, procurei vídeos, entrei no Google Maps para ver onde fica mais ou menos, se fica longe da universidade, o que tem na região (mercado, farmácia, estação de metrô). E também peguei algumas dicas com meu professor Jonathan Menezes que já foi para lá pelo mesmo projeto.

Já com a parte do idioma, tenho estudado inglês de várias formas, assistindo vídeos/filmes, lendo artigos e recentemente me matriculei em um curso online para especificar a leitura e escrita do inglês acadêmico. E para não chegar lá sem saber nada do holandês, no meio do mês que vem começarei um curso de holandês básico online, pela mesma plataforma que estou estudando o inglês. Aliás, se você tiver interesse, é a Future Learn.

Também estou tentando aprender um pouco sobre a cultura holandesa, li o livro da Anne Frank e agora estou lendo o livro "O Refúgio Secreto", de Corrie ten Boon, que escondeu judeus em sua casa na época da II Guerra. Assisti alguns vídeos e documentários sobre Amsterdam, ainda que sejam com mais foco turístico, é interessante saber.

E por último e não menos importante, semana passada fui adicionado em um grupo no Facebook dos intercambistas que estudarão comigo. Fiquei surpreso em ver que estudarei com pessoas de vários países do mundo. Aqui está o mapa com todos os países que terão representantes. Vai ser uma experiência cultural muito legal!



Basicamente essa está sendo minha preparação. Agora é contornar a ansiedade e continuar estudando!

Obs: Achei um site que fala sobre várias bolsas de estudo disponíveis na Holanda. Para esse ano as inscrições já fecharam, mas se você tem o interesse de estudar fora, vale a pena dar uma olhada porque tem MUITA bolsa. Aí você já pode ir se preparando para ano que vem. O link é esse: https://www.nesobrazil.org/bolsas-de-estudo

domingo, 2 de julho de 2017

Sobre a depressão :(

ATENÇÃO: Essa postagem não tem a intenção de exercer juízo sobre a situação, mas refletir sobre.

De uns anos para cá, se tornou mais comum conversar com pessoas que estão com indícios de depressão ou que passaram por depressão. Dizem que o estresse e a depressão são os principais males do século XXI e isso parece, pelo menos para mim, fazer cada vez mais sentido.

No começo do ano passei por uma situação que cheguei a pensar que estava começando a entrar em depressão. Na época, estava me sentindo bastante sobrecarregado no trabalho e em um determinado dia perdi a vontade de trabalhar, me sentia totalmente desmotivado, algo que nunca tinha passado antes, meu único desejo era sair daquele lugar, voltar para casa e me fechar em meu quarto.
Pode parecer preguiça, pode parecer corpo mole e sei que infelizmente é o que falam para quem passa por depressão, mas, só quem passa sabe o que é. Para concluir o que aconteceu comigo, quando eu percebia que estava chegando perto de dar alguma crise, eu parava tudo o que estava fazendo e ficava alguns momentos parado, respirando fundo e as coisas foram melhorando depois.

Depressão não é corpo mole, nem preguiça. Não ficamos deprimidos porque queremos.

Mas por que então as pessoas entram em depressão?

Eu não sou nenhum especialista, mas conversando com pessoas que já passaram por essa situação e observando casos vemos que não há apenas uma causa para a depressão, depende muito do contexto que a pessoa está inserida, da ocasião que ela se sente mais incomodada. Porém, ouvindo em palestras/aulas e em conversas, uma das principais causas da depressão é a ansiedade.

Aí entra outra pergunta, por que ficamos ansiosos?

Assim como a depressão, a ansiedade não tem só uma causa. Percebe a complexidade do problema? A ansiedade pode ser sinal de insegurança, pode acontecer por causa de uma personalidade controladora, pode ser causada por pressão interna ou externa. Essas são as causas que sei por ouvir falar ou por passar, ainda podem existir outras mais. Mas vamos a essas que citei.

Quando temos insegurança, começamos a pensar se seremos aceitos, como seremos vistos, o que será se fizermos isso ou aquilo, o que acontecerá se escolher A ou B, etc. Assim, ficamos hipotetizando cada alternativa, o que gera ansiedade.
De forma semelhante é quando se tem uma personalidade controladora. Queremos prever tudo o que vai acontecer para saber como reagir e como se comportar.
Já no caso das pressões, existem pessoas que se cobram de forma excessiva, falei um pouco sobre isso no post sobre como é ser um descendente de japonês. Ainda a pressão pode ter uma origem externa, pode vir dos pais, amigos, professores, etc. Em ambos os casos, a pressão excessiva pode ser muito prejudicial.

O que fazer para não ter depressão?

Não acredito que existe uma fórmula mágica, a vida é mais complexa do que isso. Mas acredito que há algumas sugestões que podem ajudar.

Conheça a você mesmo e tenha orgulho de ser quem é.
Ficamos inseguros quando não temos bem definido quem somos. Por isso, procure se conhecer, saber quais são suas características, suas virtudes, suas limitações, aceite-se da forma que você é. Não fique se comparando querendo ser igual ao outro. Você é uma pessoa única e você faz diferença no mundo por ser único.


Aceite que a vida não pode ser 100% controlada.
Jamais conseguiremos controlar 100% nossa vida, outras pessoas estão envolvidas, situações que não sabemos como o outro vai reagir. Quando aceitamos que não controlamos totalmente nossa vida, deixamos ela fluir mais naturalmente e não ficamos tão obstinados em saber como será, o que acontecerá. Acredite, isso te ajudará a dormir melhor. Experiência própria.

Seja mais tolerante consigo mesmo.
Isso tem a ver com conhecer a si mesmo. Quando nos conhecemos, sabemos nossos limites e assim não ficamos nos cobrando além da conta. Assim também, não deixaremos com que as pressões externas nos tirem do sério. Outra coisa que vale a pena pensar sobre a tolerância é de que talvez por causa da velocidade da tecnologia que temos hoje, ficamos impaciente com a vida e queremos construir nossa vida de uma vez, ser extremamente bem sucedido antes dos 30 anos. A geração atual não é igual a geração anterior! Os tempos mudaram, não perca tempo se comparando com seus pais, seus avós. Como está no item anterior, não conseguimos controlar toda a vida, tenha paciência e construa a sua etapa por etapa.

Faça terapia.
A terapia ainda é estigmatizada como algo para loucos, para com pessoas com problemas psicológicos. Mas a terapia é muito útil para tratamento contra a ansiedade e depressão, porque ela trabalha esses aspectos que disse acima. Pelo menos, essa é a minha experiência com dois anos de terapia.

Tenha fé.
De maneira geral, aparentemente quem tem fé tem mais esperança e sentido de vida, existe algo para se apegar e ter forças em momentos de dificuldade. Apenas para citar, minha experiência como cristão, a fé em Jesus é um diferencial para minha vida. É um combustível para viver a vida com um sentido e em Jesus está a minha esperança. A fé trouxe uma resignificação para meu modo de viver.

Apenas reforçando, tudo o que escrevi acima é uma visão de alguém leigo no assunto, posso ter alguma experiência de vivência, mas somente um profissional da área pode ajudar de forma efetiva. Como disse no começo, minha intenção é apenas refletir sobre a depressão. Se a situação estiver agravada, não tenha vergonha, procure ajuda, a depressão é algo muito sério e precisamos tomar cuidado. 
Se você conhece alguém com depressão, respeite, ame, esteja ao lado da pessoa, não force ela a sair se ela não quiser, tenha certeza que é muito mais complicado do que parece ser. 

terça-feira, 27 de junho de 2017

Saudade...

Saudade...

A máxima dos brasileiros sobre a palavra saudade é que ela não existe em outros idiomas no mundo. Só para exemplificar, em inglês é traduzido como "I miss" que seria algo como sentir falta ou em japonês "natsukashii", que traz um sentimento de nostalgia. Não conseguem retratar completamente o que é saudade.

Estava pensando sobre esse sentimento que é a saudade e como ela pode ser bastante diferente de pessoa para pessoa, de situação para situação. Às vezes sentimos uma saudade "boa", como por exemplo, sinto saudades da época que eu era pequeno e jogava bola na casa de um amigo meu, era um futebol misturado com brincadeira, a gente se imaginava como personagens de um desenho chamado Super Campeões que passava na Manchete.
Mas nem sempre esse é o tipo de saudade que sentimos. Também tem a saudade que nos traz uma certa dor, principalmente dor da perda. Sentimos falta de alguém querido que já não faz mais parte da nossa vida, na maiorida das vezes por ter falecido ou também ter viajado para um lugar longe. Ou ainda pode ser aquela dor de estar longe da pessoa que se ama, que provoca suspiros e olhares fixos para o nada, a clássica saudade de um casal apaixonado.

Tanto o tipo quanto "bom" quanto o tipo "ruim" se não dosados na medida certa podem ser prejudiciais para nós, porque saudade remete a algo que foi vivido no passado. Quando nós sentimos saudades e ficamos remoendo aquilo, podemos ficar paralizados, viver com o coração no que já passou e deixar o presente ir embora. Consequentemente, é possível sentir saudades do tempo perdido sentindo saudades. Vê?

Lembro-me da época em que voltei do Japão, ficava assistindo programas japoneses, vendo fotos, vídeos e era uma mistura de saudade boa com a ruim. Boa, me lembrava dos momentos legais que havia vivido lá, das pessoas que conheci, dos lugares que fui, das coisas que fiz e ruim, estava longe e não podia voltar no momento, a realidade no Brasil era muito diferente. Passei muitas horas sentindo saudade.

Sentir saudades é tão complexo que na verdade nem no próprio português nós conseguimos definir, mas nem sempre as palavras conseguem dar explicação ao sentimento não é?! 

Em resumo, o sentimento de saudade é complexo e sentir saudade faz parte da vida, mas que isso não nos impeça de continuar prosseguindo no presente.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Propriedades digitais.

Hoje de manhã vi uma notícia de que a Apple está vendendo 2tb de espaço no iCloud por cerca de U$9,99. Então comecei a pensar em todas as coisas que hoje pagamos mas que estão no universo virtual, por exemplo Netflix, Office, aplicativos Pro/Premium. É muito diferente de 20 anos atrás que nós pagávamos para ter uma fita de vídeo em mãos ou um CD.

O que mais me espanta é como as pessoas conseguem ganhar dinheiro em cima de "nada", porque os aplicativos e o espaço são todos virtuais, nada é palpável. Claro, sei que o ser humano tem essa capacidade de reinventar o modo de conseguir arrecadar, mas só agora parei para prestar atenção que eu pago por coisas que não existem no mundo real! Ao mesmo tempo que a gente pode pensar "ah, a pessoa investiu tempo para desenvolver esse aplicativo etc", é algo que a gente não vê fisicamente e não consegue tocar! (Será que era isso que os vendedores de lâmparinas pensaram quando inventaram a luz elétrica?)

Daqui a pouco estaremos vendendo vento estocado!

Ok, sei que parece um pouco exagerado, tanto porque esse blog não vai mudar a realidade e as pessoas não vão deixar de pagar a Netflix (eu também vou continuar pagando). Mas me assusta o ponto que chegamos! E talvez mais ainda em pensar que o ser humano não tem barreiras para sua ganância e obstinação de sempre querer mais, de querer ir além.
É uma questão para refletir...

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Sonhando acordado: Amsterdam - Anne Frank.

Desde que fiquei sabendo que iria para a Holanda, comecei a tentar conhecer um pouco sobre lá. Sim, quando falo Amsterdam, a maioria das pessoas logo pensa em maconha legalizada e Distrito da Luz Vermelha, mas tenho visto que lá é muito mais do que isso.

Um assunto que tenho interesse desde minha adolescência é a II Guerra Mundial, talvez influenciado por um amigo chamado Nilton (ele sim era vidrado na II GM). Mas eu assistia filmes, vez ou outra jogava Battlefield 1942 e ainda que seja um tema bastante pesado, principalmente para quem viveu na época, minha curiosidade era de saber o que aconteceu, como aconteceu.
E quando estava pesquisando sobre a Holanda, vi que um dos pontos turísticos mais famosos é o museu de Anne Frank, uma judia que ficou escondida durante a Guerra em um escritório. Nesse tempo de esconderijo, ela escreveu um diário, que se transformou no mundialmente famoso, "O diário de Anne Frank".

Não sei se por não ter prestado muita atenção quando era adolescente (na época não tinha muito interesse por livros) ou por nunca ter ouvido falar mesmo, não tinha conhecimento desse livro. Quando fiquei sabendo, a primeira coisa que pensei foi: "preciso ler! É literatura obrigatória antes de eu ir!". Logo fui procurar para comprar no site Estante Virtual. Quando estava pesquisando, minha irmã disse que tinha esse livro na casa da minha avó e depois de um tempo estava com o livro em mãos.

No começo estava em dúvida se iria gostar do livro, não sabia direito o que esperar de um diário, mesmo que os comentários na parte de trás fossem positivos. Mas quando comecei a ler, fui percebendo que realmente, a menina tinha um certo dom para escrever.
O que foi mais interessante foi conseguir até certo ponto sentir um pouco da tensão e  angústia vividas por quem estava no esconderijo. Algumas vezes percebi que quando tinha terminado a leitura estava tenso, pensando no que poderia acontecer depois daquilo. Não conseguia prever quando aquilo iria terminar e talvez esse também fosse o sentimento de Anne.
Ao mesmo tempo, o diário vai retratando a dificuldade de conviver confinado. Pensei bastante nisso durante a leitura. Como é dificil convivermos em paz!

Consegui terminar de ler hoje pela manhã, triste pelo desfecho da história dos moradores do Anexo Secreto, ao mesmo tempo bastante impressionado com a experiência.
Durante alguns momentos do livro, questionei se uma adolescente de 14 anos conseguiria escrever daquela forma e curioso que sou fui pesquisar. Havia motivos para desconfiança. O estilo de escrever mudava bastante, o tema, a profundidade do assunto. E aí descobri que no pós-guerra também questionaram a autenticidade do livro. Só que compararam a letra de Anne no colégio e a letra do diário e confirmaram que foi ela mesmo quem escreveu.

Acho que ler esse livro contribui para minha preparação. Quando eu visitar o museu, tenho certeza que o impacto será outro. De alguém que sabe o que aconteceu ali e que reconhece o símbolo que a aquele local se tornou na história da II Guerra na Holanda.
Se você gosta do tema II GM, recomendo a leitura do diário de Anne Frank. É um livro impressionante que ajuda a refletir sobre o ambiente de guerra e o clima hostil que a humanidade já passou.

domingo, 14 de maio de 2017

A sensação de voltar.

Acordei cedo, peguei a estrada até chegar a cidade que nasci e cresci.
Quase 200 km percorridos.
Já eram 11 horas, mas resolvi sair, comecei a andar no centro mesmo com o termômetro marcando mais de 30°.
Faziam anos que não passava por ali e minhas lembranças estavam adormecidas.
Logo começaram: "Quantas vezes subi essa rua com meu amigo?!".
"Ah, eu sempre parava aqui para tomar suco de morango com leite e comer um salgado!".
E ao mesmo tempo, muita coisa estava diferente: "Nossa, agora tem uma farmácia onde era o banco!".
"Onde era aquela loja de roupas? Fechou?".
Em minha cabeça a imagem estava construída e continuaria assim até eu voltar.
Me senti parado no tempo e enquanto andava o passado e o presente se chocavam até formar uma nova imagem.
Essa foi a sensação de voltar!
Uma mistura de lembranças e sentimentos, nostalgia e surpresa.
O mais engraçado é que em todos esses anos apenas um coisa não mudou: o calor daquela cidade.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sessão nova no blog - Sonhando acordado: Amsterdam.

(Aviso: Só irei no segundo semestre).

Tenho pensado esses dias sobre o planejamento da minha viagem e uma das dúvidas foi: "Será que faço vídeos e posto no Youtube? Ou será que vou escrevendo no blog sobre minha experiência na Holanda?"
Na verdade a questão é: hoje em dia acho que poucas pessoas tem paciência para ficar lendo postagens em blog e o vídeo nesse sentido poderia ser bem mais atrativo. Só que sei que quando queremos algo de verdade nós corremos atrás, então acredito que quem realmente quiser saber sobre a experiência vai ler o blog.
Claro que não vou postar um texto kilométrico, nem é minha característica.

Por que não vou fazer vídeos?
Editar um vídeo requer tempo e não sei como será meu cronograma, uma postagem no blog será mais rápida; acho que para um vídeo ficar legal, a pessoa precisa de algumas características (ex: sacadas boas, ser divertida naturalmente, ser extrovertido, etc) que acho que não tenho; o tempo de intercâmbio vai ser curto para fazer um tipo de vlog, se eu fosse ficar 1 ano eu pensaria, mas 3 meses acho que não vale a pena.

Então, hoje começo essa nova sessão no blog! 



Começarei contando como foi que fui selecionado para o intercâmbio.

Acho que nesses quase dois anos de blog (dia 20/05 completo 2 anos) não falei muito sobre mim, tanto porque nem é o foco, gosto apenas de compartilhar pensamentos. Mas, sou estudante de Teologia e estou no último ano. No final do ano passado fui informado pela diretoria da faculdade que existia um convênio com uma faculdade na Holanda e que eles estavam pensando em me indicar para tentar o intercâmbio. Na hora eu nem precisei pensar duas vezes para aceitar, estudar fora já é um sonho faz um tempo.
Alguns dias depois me informaram sobre como seria o procedimento, eu precisaria mandar um projeto de pesquisa e nas diretrizes gerais estava escrito que o programa tinha convênio com faculdades da Ásia, África e América Latina, isso me deixou um pouco inseguro, porque eu não fazia ideia de quantas pessoas poderiam se inscrever.
Tive um pouco mais de um mês para fazer o projeto, pedi ajuda de professores, principalmente com o inglês que como vocês podem ver nesse post não é o melhor inglês do mundo e enviei. Não tinha nada a perder não é?!

No final de Fevereiro fiquei sabendo que eu tinha sido aprovado, eram 15 bolsas para um pouco mais de 30 projetos. Foi uma sensação única!
Eles pediram a confirmação de alguns dados para providenciar as passagens e para ir atrás do visto, que não precisei tirar porque os brasileiros podem ficar até 90 dias na Holanda sem visto.

Basicamente foi assim, eu não estava procurando, nem sabia da existência dessa parceria, então só posso agradecer a Deus e as pessoas da faculdade que me indicaram.
Ainda não tenho muitos detalhes sobre a ida, a volta, onde vou morar, etc, eles ficaram me mandar as informações um tempo antes da viagem. Viajarei no segundo semestre e agora estou concentrando meus estudos no TCC (que faz parte do projeto do intercâmbio) e inglês (claro).

É isso, continuarei postagens "comuns", mas a partir de hoje terei essa nova sessão aqui!
Obrigado por ler até o fim!

segunda-feira, 17 de abril de 2017

O dia que (quase) deu tudo errado.

*Resolvi fazer um post em um estilo diferente hoje, inspirado em fatos (quase) reais.

Acordei e estava nublado, talvez fosse uma previsão de que aquele não seria um bom dia, mesmo assim insisti, levantei, tomei café, me arrumei e saí para o trabalho. Trânsito complicado, a chuva começou e todo mundo resolveu sair de carro.
- Pelo amor de Deus, parem com as buzinas! Não adianta, estamos todos atrasados, eu sei!

Chegando na empresa, o sistema estava fora do ar e a demanda começou a aumentar, o pequeno alívio estava no café da dona Jacira. Ninguém faz um café igual a ela, nem mesmo minha avó! E olha que avó é avó né?! A experiência de anos de cozinha!
Vamos voltar ao trabalho! Não acredito! Agora foi a impressora deu pau! Era só o que me faltava! O chefe pediu um monte de documentos impressos. Porcaria! Vou ter que ir no TI pedir ajuda.
Ainda bem que o Marcos estava lá. Ele é meio mala, mas é muito inteligente e resolveu o problema em 5 minutos. Me senti um analfabeto digital, mas ok.

O sinal tocou e o almoço estava bom como de costume, era o mínimo depois dessa manhã turbulenta.
Arroz e feijão bem temperados, um frango grelhado, creme de milho e salada. Tem como reclamar?

A tarde as coisas se acalmaram, acho que o almoço foi o divisor das águas, a irritação com as tecnologias foi embora com a fome. Só o Antônio que não parava de me apressar para entregar os relatórios, mas tudo bem, tudo entregue e fim de papo!

A chuva caía no fim da tarde, fina e constante. Acho que na chuva as pessoas desaprendem a dirigir. Já dizia meu instrutor da auto-escola: "dirigir para você é facil, difícil é dirigir para os outros". Direção defensiva, direção defensiva, calma que logo chega, pensei.

Nada como chegar em casa! Um banho morno para relaxar.
Liguei para pedir um lanche por causa da preguiça de cozinhar, enquanto isso fiquei vendo TV. Demorou mais de uma hora e chegou menos morno que meu banho. Paciência, dia de chuva é assim mesmo. Talvez fosse melhor ter ficado o dia inteiro na cama...

Mas espera, chegou uma mensagem no celular!

Era ela!

O dia não poderia ter dado tão certo!

-

"Você me ligou naquela tarde vazia, que me valeu o dia!" - Tarde vazia - IRA!




domingo, 2 de abril de 2017

Indecisão...

Você já viu ou conhece alguém muito indeciso quando precisa fazer alguma escolha? Não parece que ela/ela pensa em todas as possibilidades? E isso chega até a incomodar não é mesmo?

Pois é... Eu sou essa pessoa indecisa e não sei se é tão simples quanto parece ser.



Acho que ninguém é indeciso porque gosta de ser e talvez seja justamente o contrário, quem é não gostaria de ser. Há quem pense ser frescura, há quem ache que é "charme". Mas saiba, para quem é indeciso, conseguir escolher é extremamente aliviador e às vezes é como retirar um grande peso das costas. Ainda mais quando vê que fez uma ótima escolha mesmo com a demora.

Claro que a indecisão não é para tudo! Ou pelo menos não deveria ser (se esse for o caso, é melhor procurar a ajuda de algum terapeuta). Mas as decisões que possuem uma responsabilidade maior, essas sim são difíceis.
E às vezes pior que ter que escolher é ter que escolher sob pressão. Sim, sei que temos prazos, temos compromissos, mas acho que com o tempo e com as falhas os indecisos sabem que precisarão escolher algo, o único porém é que isso pode acontecer somente nos últimos minutos. O importante é que a escolha acontece.

Por que as pessoas são indecisas? 
Acredito que os motivos são os mais variados. Pode ser falta de confiança, pode ser preocupação em fazer a melhor escolha, pode ser algum trauma de ter escolhido depressa demais, pode ser simplesmente o ritmo da pessoa em demorar para escolher porque precisa analisar com calma as informações, pode ser orgulho de não querer errar, pode ser outro motivo que não faço a mínima ideia.

O que fazer com essas pessoas? 
Talvez o mais importante é não pressionar a pessoa indecisa, mas deixar claro que existe um prazo e aí ele/ela se resolve com sua indecisão. Nem sempre terão sucesso e poderão perder prazos, fazer escolhas que se arrependam, mas isso faz parte da vida.

E para quem é indeciso?
O que pelo menos eu tenho tentado fazer é colocar as opções na mesa e avaliar de acordo com o objetivo. Decidido e assumido o compromisso, não fique alimentando o "e se eu tivesse escolhido diferente?". Escolheu, escolheu! Assim é a vida! Sim, existem escolhas que podemos voltar atrás, mas nem sempre isso é possível e para essas o que resta é levantar a cabeça e seguir em frente.
Não deixe a indecisão te consumir e nem te paralisar!
 
Cada tipo de pessoa sabendo o outro lado facilita nossa convivência. Haverá momentos de stress dos dois lados? Com certeza! Isso também faz parte da vida! Lidamos com pessoas imperfeitas e assim será. Só que aí todos precisamos escolher, nos isolaremos ou tentaremos conviver?

sexta-feira, 24 de março de 2017

When the dream come true!

First post in 2017, my apologies about the delay.

As I received a great news recently and because I have to practice, this post will be in English.
I'm going to study in Netherlands! This is a dream coming true!

Last week I was taking with a friend and he said that imagine himself traveling around the continents, but it is just a dream.
I answered to him, keep dreaming, it is totally possible!


Source: pixabay.com

You can suppose: "to make my dream come true, I have to be 100% ready".
Sometimes we think like this and I'm not absolutely sure about. (I know that in some cases, you really need to be, like in Olympic Games. But I'm talking about "daily" events just I wrote above.)

I was thinking about the selection process, about my knowledge, my capacity, and other people that could go there. I know, a LOT of people could be in my place because they are more capable, more advanced in knowledge and more other qualities. At same time, I do believe that the preparation is continuous and maybe we will never be 100% ready. I already wrote something similar about it here.
Some things in life we will be ready just after do it. As be parents. Even with parents' classes or tips, only when the baby born we will know how to be a parent. And it just the same with other situations in life.

"Ok, so I will stay here where I'm and wait the dream come true". Wait! I didn't say that!
I said about to be 100% ready, but it isn't mean to be 1% ready and don't do anything.
If you are 1% go further, to 2%, 3%, gradually until be further as you can. So I believe that the dream can come true. Don't stop where you are now! When the dream come true you are more ready than before and things will be easily.

To sum up, don't let your dream go away only because you are not totally ready. Nevertheless, don't wait the dream come true without do anything. Keep dreaming but also do everything you can to make the dream come true!